
Quando a máquina apita: IA e os novos rumos da arbitragem esportiva
17/06/2025 - 13:21Por Aline Gonçalves Jatahy
(*) Ferrer Freitas
Desta vez a renovação da diretoria do Instituto Histórico de Oeiras trouxe à baila questionamentos, alguns procedentes, outros nem tanto. Quase todos colocados por pura desinformação. De cara vale dizer que a entidade não é um clube de serviços, a exemplo de Rotary e Lyons, a que pode se associar qualquer simpatizante. É, sim, uma casa de cultura histórica destinada, na forma de seu estatuto, a muitas finalidades, todas voltadas, em última análise, à preservação da memória oeirense. Para admissões necessário se torna um mínimo de formação intelectual e conhecimento de História, pelo menos a do Estado do Piauí. O que não é correta é a pecha de elitismo que desavisados tentam impor à “Casa do Brigadeiro Sousa Martins”. Não fora sua luta e ter-se-ia perdido bem mais do que se perdeu do patrimônio arquitetônico da primeira capital. A idéia de sua criação saiu da cabeça de um notável escritor, reconhecido além-fronteiras do nosso Estado e mesmo em terras de além-mar. Refiro-me ao ainda genealogista, memorialista, ecianista, enfim oeirencista , se é que existe o termo, Dagoberto Carvalho Jr.
Naturalmente que a idéia-semente de sua criação, lançada lá pelo início dos anos 70 do século XX, encontrou terreno fértil. Dagoberto teve a felicidade de contar com o decidido apoio de dois velhos intelectuais da terra, Possidônio Nunes de Queiroz e Raimundo da Costa Machado, além de inúmeros outros que desenvolviam, de par com o magistério, atividades literárias, jornalísticas e oratórias, a exemplo do médico Expedito Rêgo e dos padres Leopoldo Portela e Davi Ângelo Leal, para ficar só nestes. Mas, necessário se torna dizer que até aquela quadra, o povo não fora educado pra entender que a importância da cidade estava justamente na sua história, que, em resumo, é a história do Piauí. Havia até uma certa prevenção com casa velha e coisas outras. Poucos atentavam para o fato de que foi naquele chão bendito que se fincou o primeiro mourão do primeiro curral e ergueu-se o primeiro templo em derredor do qual a cidade surgiu e cresceu, como está no hino que o homenageia.
De uns anos para cá, houve, sem dúvida, um certo arrefecimento no entusiasmo pela causa da entidade. Deixou-se de editar, anualmente, por motivos que não me cabe aqui opinar, sua revista, uma espécie de anuário da cidade, publicação respeitada por intelectuais de todos os quadrantes do Piauí, e, por que não dizer, do Brasil. Credite-se isso ainda ao fato grave de sua sede, o Sobrado Major Selemérico, ter entrado em processo de deterioração, que perdurou por vários anos. Não fora a constante vigilância daquela que é considerada, pela dedicação, a mãe do Instituto, a professora Alina Rosa Ferraz Nunes Ferreira de Carvalho, tão grande quanto seu nome, e o prédio construído por Zacarias de Góis poderia ter desaparecido. Chegava a custear, do próprio bolso, despesas como a retirada de goteiras e outras, inadiáveis.
Pois bem, encerro parafraseando a letra da canção: tudo isso aqui dito é somente para formular os mais ardorosos votos de profícua administração à presidenta recém- empossada, Socorro Barros, que não precisa provar sua capacidade diretiva. O IBENS fica bem ali no antigo “Capão”, bem próximo do “Costa Alvarenga”.
(*) Ferrer Freitas foi presidente do Instituto Histórico de Oeiras