
O contador de estórias

* Por Moisés Reis
Desde menino sou todo ouvidos para as estórias do mano Pedro Cláudio. Pouco mais velho do que eu, meio gago , aliás, meio não, gato e meio naquela época, chegava em casa , a nossa casa da Travessa Major Manoel Clementino, sempre com uma estória para contar, a maioria ouvida em rodas da rua da Feira, principalmente as das farmácias. De antena ligada, como se costuma dizer, ia abeberando aquela coisa que em Oeiras é de uma riqueza ímpar, as estórias de figuras esquipáticas e/ou de verve aguçada. E tome de Inácio Gondó, João Malabar, Procópio, para citar somente estes, personagens de UMA ESTÓRIA PUXA OUTRA, livro que me apraz prefaciar. O que mineiros e paulistas chamam de “causos”, as estórias aqui publicadas são de uma originalidade tamanha que muita gente duvida da veracidade. Muitas, naturalmente, saíram da cabeça do autor.
É bom frisar que esta não é sua estréia em livro. Em 1962, estudante secundarista em Teresina, ganhou um concurso literário promovido pela União Piauiense dos Estudantes Secundários (UPES), com o romance NEM A MORTE OS SEPAROU. Depois, casou e foi morar em São Raimundo Nonato, terra da mulher, onde se encontra há a mais de trinta anos, agora como boticário ou farmacista, não se sabe por que artes.
Filhos criados, dois concluindo medicina, resolveu botar no papel tudo aquilo que ouvira na juventude despreocupada dos seus verdes anos. E deu nesta obra, UMA ESTÓRIA PUXA OUTRA, de leitura fácil e agradável. É experimentar e preparar-se para rir a valer.
*Moisés Reis é advogado. Este texto, que nos foi mandado por ele, prefacia o livro UMA ESTÓRIA PUXA OUTRA, segunda edição, 1994. É uma homenagem ao autor, falecido quarta-feira última.