
Após denúncia anônima, motocicleta furtada é localizada pela Força Tática em Oeiras
28/05/2025 - 16:03Caso reforça a importância da colaboração da população com as forças de segurança
Os soldados da Polícia Militar do Piauí têm direito a apenas um conjunto de farda durante o ano interior. Este total é considerado irrisório pela tropa que se quiser usar uma calça ou uma camisa nova, por exemplo, terão de pagar do próprio bolso. “Pela situação que passamos temos a impressão que a PM-PI está vivendo uma verdadeira pindaíba”, diz um PM ouvido pela reportagem e que pediu para o nome não ser divulgado temendo perseguição por parte dos seus superiores.
Sempre que um fardamento novo é solicitado os superiores argumentam que é contra o regulamento e quem quiser que compra uma farda nova com o seu próprio dinheiro. Coincidência ou não, a farda nova só é vendida numa loja de um dos coronéis da PM. E os preços são bem salgados: uma calça nova não sai por menos de R$ 50,00 e o conjunto calça e camisa fica em torno de R$ 140,00.
Segundo o militar, um fardamento é muito pouco se for levado em consideração que os militares passam no mínimo 24 horas fardados. Quando o soldado está num batalhão onde há muita ação, onde ele é obrigado a se embrenhar no mato, entrar em rios e lagoas ou mesmo rolar no chão agarrado com bandidos, a situação se torna insustentável.
“Se nós tivéssemos o direito a um segundo jogo de fardamento era só trocar e lavar o sujo, como não há, o jeito é ficar com as mesmas roupas”, argumenta. Tidas como mais chegadas a uma limpeza do que os homens, as mulheres sofrem mais com a falta de fardamento. Ouvidas pela reportagem algumas delas informaram que o ideal seria que cada soldada tivesse direito a no mínimo duas fardas por semestres, hoje elas estão na mesma situação que os homens e sendo obrigadas a trabalhar com a mesma farda que ganharam ainda no início do ano.
O pior, segundo os PMs, é que eles ainda correm o risco de serem punidos se não zelarem a farda. “Como vamos fazer isto”, indaga. A PM é tão rigorosa neste aspecto que até mesmo os coturnos e os quepes velhos devem ser devolvidos pelos policiais. “Não se sabe para que eles querem tudo isto”, diz o PM.
Por este e outros motivos que a cidade está cheia de PMs maltrapilhos. Eles usam a farda até rasgar, perder a cor natural, mas como não recebem outra, não tem como trocar as roupas. “Se você ver dois policiais da Codam, por exemplo, um com uma farda nova e a outra se rasgando, pode ter certeza que até da farda velha é um PM das antigas e que o soldado novo ganhou o fardamento há poucos dias, mas logo também estará com a calça e a blusa desbotada”, diz o PM.
Roupa é inadequada ao clima do Piauí
Para alguns policiais militares ouvidos pela reportagem, além do fardamento não ser fornecido com a regularidade necessária, ele ainda é considerado inadequado para ser usado em Teresina onde as temperaturas chegam com facilidade aos 40 graus Celsius.
Hoje os militares usam uma farda de um tecido que não permite a passagem de ar com regularidade. Ou seja, na maior parte do dia, o PM que não trabalha numa repartição, sofre com o calor e com os pés suando cheios de micoses porque ficam dentre de coturnos quentes e com meias encharcadas durante várias horas.
O ideal, segundo os PMs, para a Capital, salvo alguns locais como repartições pública durante o horário de expediente, é que os soltados usassem o mesmo fardamento da PMTur, a companhia localizada no litoral onde os militares trabalham com um short e uma camiseta, além de calçados arejados que não permita que o soldado contraia as micoses. Além do fardamento, outra reclamação é de que o Comando da PM hoje só tem olhos para o Rone que tem as melhores armas. Nas demais companhias, a situação é bem diferente. Na Cosme e Damião, por exemplo, cerca de 120 policiais são obrigados a dividir 20 armas em péssimo estado de funcionamento e muitas até enferrujada. Sem contar a situação das motos que estão quase todas virando latas velhas.
Diário do Povo