Rinite das vaidades
Por Júnior Vianna
Por: Da Redação em 25/01/2022 - 22:55
 *Por Júnior Vianna
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Por três ocasiões estive nos últimos tempos no Espaço Cultural Major Selemérico, fui fisgado pela nova proposta de fazer arte que lá se assentava. Em uma dessas minhas idas me deparei com um número significado de jovens, estranhei! Afinal era um sábado, espaços como esses em Oeiras não costuma atrair esse tipo público, exceto se for um evento de escola, e digo mais, valendo aquele velho ponto. Tô errado?! Mas ali eles faziam arte, consumiam arte e se faziam artistas.
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Meu coração vibrou! Afinal, a famigerada Oeiras não pode viver apenas de contemplar seu passado, é preciso ter um presente vibrante, com pessoas presentes de todas as vibes.Â
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Voltei mais uma vez, agora para uma exposição de obras contemporânea capitaneada por dois jovens que se tiverem as suas idades somadas não dá meio século. Ali dependurado naquelas paredes oitocentistas telas carregadas de criatividade e criticidade.Â
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Oeiras não está acostumada com isso! Mais uma vez jovens consumiam as múltiplas artes disponÃveis no palacete de Zacarias.
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Mas hoje recebi a notÃcia que aquela gente apresentada que aquecia o velho sobrado foram dispensados de seus afazes. Justificaram seus superiores que móveis velhos arrastados causam irritação em "narizes empinados", afinal, Oeiras tem uma gente com mania por móveis empoeirados e isso despoticamente pode custar a cabeça de qualquer desavisado.Â
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Metáforas a parte, a velha cidade sempre teve vocação para novela. O imbróglio ora aqui relado é bem ao gosto de Dias Gomes, Será Oeiras a Sucupira do Piau�!. Ai ai!
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 Mas de uma coisa é certa o pessoal que ora estavam à frente do Sobrado dos Presidentes da ProvÃncia, cumpriram seu objetivo. Como assim?! Arte tem que incomodar. E incomodou! Arte para ser boa não pode viver dentro de bolhas parnasianas.Â
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Quando estudei Revolução Francesa aprendi com os iluministas que revolução é sinônimo de transformação, pegando essa deixa, vejo que Oeiras pode ter dado inÃcio a sua, desejo que seja, mesmo que cem anos depois da Semana de Arte Moderna.
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Sem mais para o momento vamos crer que "eles passarão e eu passarinho". Voem meus queridos!
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*Júnior Vianna é historiador