
Um Documentário oportuno

Por Joca Oeiras
"Dois anos atrás me dei conta da importância de um evento ocorrido há 40 anos em Oeiras; um jogo de futebol entre as Seleções de Oeiras e de Simplício Mendes que contou com a participação do craque Mané Garrincha...” Assim o professor Duilo Rodrigues de Santana iniciou seu relato contando como virou um cineasta amador. Disse isto na apresentação que fez de seu documentário “40 anos de um Jogo Histórico: Oeiras X Simplício Mendes – com a presença de Garrincha”. Aquela peleja desportiva ensejou, em 25 de agosto de 1973, a reabertura do antigo Estádio do Leme, rebatizado, por autorização legislativa de iniciativa do então vereador José Alves Teixeira, com o nome de Estádio Municipal Gerson Campos, seis meses após a trágica morte do poeta, ocorrida em 11 de fevereiro de 1973, naquela praça desportiva. Foi esta – a realização de um evento espetacular patrocinado pela administração do então prefeito Pedro Freitas – a maneira encontrada pelos oeirenses de superar o trauma provocado pelo infausto acontecimento.
Através de sua fala, ficamos sabendo do entusiamo que tomou conta desse jovem professor de inglês, o que acabou contagiando vários amigos dele e, até mesmo, sua esposa, que se engajou no trabalho, reforçando a equipe. A coleta de depoimentos, feita nos momentos de folga do trabalho, demorou um ano e a pré-produção/edição, outro tanto. A destacar um desses depoimentos, o do jornalista desportivo Deusdeth Nunes (Garrincha) que sugeriu a colocação na porta do Estádio Gerson Campos uma placa de bronze, com a esfinge do “Anjo das Pernas Tortas”, relembrando o memorável jogo que, além desse documentário, inspirou vários textos literários, inclusive um do cronista Rogério Newton intitulado “Os olhos do Garrincha”.
É bom salientar que o interessante projeto recebeu efetivo apoio da Município de Simplício Mendes, através da sua Secretaria de Cultura, Esportes e Juventude.
No último sábado (27-07-2013), na Câmara Municipal de Simplício Mendes, com a presença de significativo número de pessoas, foi apresentado o resultado desse trabalho, bastante positivo na minha opinião, pois (bem) realizou um relevante resgate dos fatos que ocorreram em Oeiras naqueles dias de agosto de 1973 em que o ilustre filhos de Pau Grande (RJ) esteve na velha urbe de Possidônio Queiroz. Se falha houve, esta deve ser atribuída ao excesso e não à falta de zelo (creio que ele poderia ter passado exatamente a mesma mensagem em bem menos tempo) mas isto é perfeitamente compreensível em se tratando da primeira experiência na área.
A convite do eficiente Secretário da Cultura, Esportes e Juventude de Simplício Mendes, Reginaldo Mendes de Carvalho, estivemos lá – eu, o Carlos Rubem (Bill) e o Amadeuzinho Reis – para prestigiar o lançamento. As instalações do plenário da Câmara Municipal de Simplício Mendes, além de modestas, minhas costas que o digam, são desconfortáveis mas, também, é imperioso reconhecer que só merecem elogios os organizadores daquele importante evento que transcorreu conforme um roteiro previamente traçado que foi fechado com chave de ouro por um simpático coquetel, que ninguém é de ferro.
Fica aqui a (in)dica(ção) aos gestores da cultura oeirense, notadamente o Secretário Stefano Ferreira e a Diretora da Cine-Teatro Oeiras, Cineide Pacheco, da necessidade de programarem, se ainda não o fizeram, a exibição deste documentário por estas bandas.