Arte de cuidar passa por enxergar a pessoa como ser humano

O assunto do fórum temático do Salipi (Salão do Livro do Piauí), na tarde desta quarta-feira (10) saiu um pouco da esfera da literatura, mas ainda assim contemplou a educação. O médico cardiologista José Eduardo de Siqueira, do Paraná, falou sobre a “Arte de Cuidar” na perspectiva humanista.

Ele começou sua palestra falando que o século XX foi o da ciência sem consciência, um momento em que a ciência e tecnologia deram à razão um poder desmedido e isso foi feito, segundo as citações apresentadas, numa condição de profundo vazio ético.

José Eduardo observou que os profissionais de saúde, sobretudo, são herdeiros do modelo cartesiano de ver o ser humano, como este sendo desprovido de biografia. “A maioria das áreas da saúde vêem o homem como ser biológico, mas somos biográficos. Devemos tratar o ser humano e não a doença”.

Para José Eduardo o século 21 traz a esperança que esse paradigma mude e que se construa em rede, olhando o homem como biográfico.

Com um antigo professor, ele disse que aprendeu que 80% do diagnóstico se faz no exame clínico e conversa com o paciente. “O importe é o acolhimento, mas o que se faz normalmente é substituir isso por uma maquina, pela tecnologia e o que era complementar tronou-se fundamental e há desprezo pelas variáveis biográficas. Temos que regatar o comportamento analisar, conversar, ver o outro como ser humano”, frisou.

O palestrante encerrou sua fala fazendo algumas considerações, dentre elas citando alguns paradigmas para o cuidar na atualidade: Curar, às vezes, aliviar muito frequentemente; cuidar da pessoa e não da doença; compreender a diferença entre dor física e dor moral, além de compreender, ser solidário ter compaixão.




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