
Aventura

Para alguém que não ouso dizer o nome...
Já passava da meia noite. Tinha acabado de vestir a sua camisola carmim para dormir, quando o telefone chamou. Assustou-se com uma ligação àquela hora; poderia não ser uma boa noticia. Era a voz de um homem, uma voz afônica, mas logo reconheceu: tratava-se de um caso antigo, desses que o tempo passa, porém permanece vivo quando bate o desejo do bem querer.
Logo marcaram um encontro. não para papearem, já era tarde demais pra isso. Não demorou a buzina do carro dele alertar de sua presença em frente a casa dela. Sem que alguém a visse saiu discretamente nas pontas dos pés. Entrou no carro e se entregou àquela aventura noturna.
De repente era um só corpo, suor, gemidos, beijos... Ele era dela, ela muito mais dele. Os dedos dela bailavam sobre o corpo dele e em frenético movimento o lado animal dele sobressaia o racional.
O gemido emudecia aos poucos, mas permaneciam abraçados, sentindo um do outro o coração acelerado. Ela voltou para casa realizada, sentindo-se ainda mais revigorada. Para ele apenas mais uma relação casual.
O telefone agora toca deve ser ele...
* Junior Vianna é historiador e editor do blog www.mosaicodavila.blogspot.com