
Reunião em Teresina discute retomada do Festival de Cultura de Oeiras
08/05/2025 - 12:28Encontro fortalece articulação para retomada deste tradicional Festival na cidade.
Hoje é comemorado o dia internacional da dança. Para celebrar a data, os bailarinos da Cia. Luzia Amélia irão realizar, a partir das 9h, performances nos pontos de ônibus que passam pelas avenidas Frei Serafim e Nossa Senhora de Fátima com destino a Universidade Federal do Piauí. Intitulado “Ponto a Ponto: Pensando a Dança”, o projeto acontece de forma simultânea levando os oitos bailarinos da companhia a subirem nos ônibus e fazerem cada um suas performances.
A parada final dos bailarinos será o espaço cultural Rosa dos Ventos na UFPI, onde estudantes e artistas estarão esperando a companhia. De acordo com Andréia Barreto, a idéia de seguir até a Universidade está ligada com a proposta de incluir o Curso Superior de Dança na instituição. “Essa também será uma forma de reascender a discussão sobre a implementação do curso na UFPI”, disse a bailarina.
No entanto a principal proposta do projeto da Cia. Luzia Amélia é reforçar uma outra discussão já antiga que gira em torno do trabalho artístico. Com esta ação a companhia subverte o sentido de simples comemoração que o dia da dança traz, fugindo das habituais apresentações ao ar livre e em teatros para propor algo mais instigante, que mexa com o olhar e a percepção do teresinense.
Os bailarinos pretendem ainda incluir a dança no hall de discussões cotidianas, mostrando o papel da dança como arte que precisa de políticas públicas, de valorização do profissional/artista e de um curso de formação superior.
“Queremos mostrar a relação profissional de quem faz dança, mostrar que ela não é apenas um ornamento nos eventos, mas que o bailarino pensa com o corpo e com a mente”, disse Andréia Barreto.
A Cia. Luzia Amélia atua há 12 anos no cenário cultural local. Com um repertório que se reinventa a cada nova montagem, em 2005 a companhia assumiu um caráter independente, desvinculando-se de órgãos governamentais e adotando nome próprio.
A companhia segue uma linha de pesquisa que propõe um franco diálogo entre as raízes da cultura popular/nordestina e as questões da contemporaneidade, reelaborando novos paradigmas artísticos e culturais e já se apresentou em importantes palcos brasileiros, como convidada em eventos ou cumprindo temporadas. Já excursionou duas vezes pela Europa(Itália e Alemanha) e recebeu por dois anos consecutivos (2006 e 2007) o Prêmio Klauss Vianna de Dança, da FUNARTE, além de premiações em festivais de dança. Sua mais recente montagem, Sangue (2008), encerra a trilogia da identidade, iniciada com os espetáculos Dança do Calango (1997) e Mercado Central (2006).
Diário do Povo