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Os produtores agrícolas da região dos cerrados Piauiense estão sofrendo grandes prejuízos por conta das péssimas condições das estradas da região que são as principais vias de escoamento.
Uma das vítimas é um produtor de algodão que tem cerca de 960 toneladas do produto estocado, o que tem uma renda de cerca de R$ 3 milhões. O produto simplesmente está se estragando. O algodão continua empilhado ‘a céu aberto’ nas fazendas Nova, Canastra e Santo Antonio, de propriedade do empresário rural Fábio Pereira Júnior, cotonicultor pioneiro no Cerrado piauiense que, apesar dos gargalos de produção, a cada ano vem conseguindo superar seu próprio recorde de produtividade.
Segundo informações do vereador José Bonifácio Bezerra(PCdoB) de Santa Filomena, a importante rodovia de escoamento da produção – a estrada Santa Filomena/Gilbués - persiste em estado precário e muitos trechos são quase intransitáveis, especialmente na época das chuvas. Como conseqüência, os custos médios de transporte são maiores que aqueles praticados em outras regiões do Estado.
“Esse conjunto de dificuldades impõe gastos adicionais significativos e reduzem a competitividade desses produtos, sobretudo o algodão, por se tratar de mercadoria de importância econômica internacional, portanto uma commodity agrícola”, explica o parlamentar.
Com a chegada das primeiras chuvas no sudoeste do Piauí, o produtor Fábio Pereira passa a contar com um complicador a mais. É que o algodão é potencialmente inflamável, tanto o caroço quanto a pluma. A alta umidade do algodão em pluma causa fermentação, podendo ocasionar risco de que a carga se inflame durante o transporte. Daí necessitar de cuidados especiais e resultar na majoração do preço do frete, que já está literalmente nas nuvens.
De acordo com regulamento técnico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que também define as características de identidade e de qualidade para fins de classificação do produto, o percentual de umidade tecnicamente recomendável para a conservação da pluma é de até 10 por cento.
“Além de uma situação lamentável, a questão é preocupante, humilhante e vergonhosa, sob todos os aspectos. Qualquer piauiense bem informado sabe que o agronegócio já se apresenta como o motor e o dinamismo da nossa economia. Para comprovar tal verdade, é só verificar o PIB dos municípios de Uruçuí, Bom Jesus, Baixa Grande do Ribeiro, Ribeiro Gonçalves e Santa Filomena, dentre outros”, explica.
A ausência de infra-estrutura de escoamento da produção agrícola se constitui numa limitação à capacidade de produção e competição do agronegócio.
Para que a região de Santa Filomena possa sair definitivamente desse “apagão logístico” é necessário que os governos Estadual e Federal invistam na implantação/pavimentação da BR 235 (Santa Filomena/Gilbués), na implementação do setor de energia elétrica, maior controle fito-sanitário e incentivos fiscais. Com a palavra, os governos, Estadual e Federal.
Apesar da situação, ao longo dos últimos trinta anos de safras no cerrado, a produção agrícola no município de Santa Filomena cresceu vertiginosamente, resultado de uma boa combinação entre aumento de área plantada e produtividade.
"Porém, tais resultados não caíram do firmamento. São frutos de uma combinação de investimentos, empreendedo-rismo e confiança, principalmente por parte do setor produtivo", finaliza Bonifácio Bezerra.
Fonte: Ai5 Piauí