
Mais de 60 mil eleitores do Piauí podem ter título cancelado em maio; veja como regularizar
28/04/2025 - 08:43Em todo o país, mais de 5,1 milhão de pessoas ainda precisam regularizar o documento.
Um terremoto atingiu o Haiti na tarde de terça, horário local, e destruiu vários prédios na capital, Porto Príncipe. O abalo devastou a cidade e deixou milhares de mortos, segundo o presidente do país da América Central. O tremor afetou a estrutura de telecomunicações no país, e as informações sobre vítimas e danos ainda são desencontradas.
O Comando do Exército confirmou nesta quarta-feira (13) a morte de 11 militares brasileiros no Haiti vítimas do terremoto de magnitude 7 que atingiu o país nesta terça-feira (12). O Brasil comanda uma missão de paz da Organização das Nações Unidas naquele país.
Outra morte de brasileiro confirmada é a da fundadora da Pastoral da Criança, a médica Zilda Arns.
Segundo o Exército, faleceram o 1º Tenente Bruno Ribeiro Mário, os 2º Sargento Davi Ramos de Lima e Leonardo de Castro Carvalho, os cabos Douglas Pedrotti Neckel e Washington Luis de Souza Seraphin, os soldados Tiago Anaya Detiemermani e Antonio José Anacleto do 5º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lorena-SP.
O cabo Ari Dirceu Fernandes Júnior e o soldado Kleber da Silva Santos do 2º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em São Vicente (SP), também faleceram. O subtenente Raniel Batista de Camargos, do 37º Batalhão de Infantaria Leve, sediado em Lins (SP), também morreu. faleceram ainda o tenente-coronel Emilio Carlos Torres dos Santos, do Gabinete do Comandante do Exército, sediado em Brasília (DF), que estava a serviço da Minustah.
O Exército informou que outros quatro militares que estavam no quartel da Minustah e mais três integrantes da Forças Armadas estão desaparecidos. Há ainda outros sete feridos em atendimento no Hospital Argentino da Missão da ONU (Minustah) e mais dois outros militares que foram encaminhados para a República Dominicana.
Além dos militares, já foi confirmado o falecimento da fundadora da Pastoral da Criança, Zilda Arns. Ela estava nas ruas da capital do Haiti, Porto Príncipe, na hora do terremoto.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, já embarcou rumo ao Haiti para monitorar a situação. Ele está acompanhado do comandante da Marinha, Almirante Júlio Soares de Moura Neto, o Comandante do Exército, General Enzo Martins Pery, o secretário executivo da Secretaria Especial de Direitos Humano, Rogério Sotilli, o senador Flávio Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda Arns, além de representantes do Ministério da Saúde, do Ministério das Relações Exteriores e da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Na hora do embarque, Sotilli chegou a dizer que o número de mortos poderia chegar a 17. A informação, no entanto, não foi confirmada.
O Itamaraty já anunciou que será enviada uma ajuda humanitária de mais de US$ 10 milhões. Além do dinheiro, o governo brasileiro também disponbilizará até sexta-feira (15) 28 toneladas de alimento. Segundo o ministério da Agricultura, serão enviados ao Haiti açúcar, leite em pó, sardinha e fiambre. Os alimentos irão para o Haiti em dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). O primeiro, com 14 toneladas, deve partir ainda nesta quarta-feira (13).
O ministério das Relações Exteriores também decidiu reforçar a embaixada brasileira em Santo Domingo, na República Dominicana, país vizinho ao Haiti. Segundo o Itamaraty, há no país 1.310 brasileiros - destes, 1.266 são militares das forças de paz.
ZILDA ARNS
Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional da Pastoral da Criança, morreu no terremoto no Haiti, ocorrido nesta terça-feira (12). A informação foi divulgada na manhã desta quarta-feira (13) pelo gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, em Curitiba (PR).
Ele irá acompanhar a missão brasileira que segue nesta quarta-feira para o Haiti. "Ela faleceu mesmo. Ela estava junto com um tenente, e os dois foram atingidos e morreram", disse Flávio Arns ao G1.
A morte de Zilda Arns em consequência do terremoto ocorrido no Haiti deixou políticos e amigos consternados. Religiosos próximos da fundadora da Pastoral da Criança dizem que ela deixa um testemunho de dedicação.
Dom Paulo Evaristo Arns
O cardeal Dom Paulo Evaristo Arns, de 88 anos, recebeu com tristeza e serenidade a notícia da morte da irmã Zilda Arns no Haiti, de acordo com a freira Devanir. "Ele disse que é uma morte que surpreende, mas é uma morte bonita porque ela morre no cumprimento de uma causa que sempre acreditou", lembra Devanir. A irmã lembra que, no começo de dezembro, Zilda esteve com o cardeal e eles conversaram sobre a importância dessa viagem ao Haiti.
Dom Geraldo Majella Agnelo
Cofundador da Pastoral da Criança, o arcebispo primaz do Brasil, cardeal Dom Geraldo Majella Agnelo diz que a morte deve ser encarada como testemunho de uma vida dedicada ao próximo. "Não é que ela desejasse morrer desse modo, mas, estando acolhida agora na mão de Deus, terá aceitado", disse. "Ela morreu no posto de trabalho, no testemunho de sua vida."
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
"Profundamente consternado com a tragédia que atingiu o Haiti, ao qual nos sentimos vinculados fraternalmente em razão da presença da Força de Paz liderada pelo Brasil, transmito meu pesar e minha total solidariedade ao povo haitiano e à família das vítimas brasileiras, civis e militares, em especial à de Zilda Arns, coordenadora da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa e conselheira do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. Que Deus dê conforto a todos nesse momento doloroso."
José Gomes Temporão, ministro da Saúde
“A atuação desta grande mulher e grande sanitarista brasileira foi essencial para elevar a criança a uma condição prioritária dentro das políticas públicas brasileiras”, afirmou em nota o ministro José Gomes Temporão. “Morreu em missão, como viveu toda a sua vida.”
Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores
"O presidente está chocado e lamentou muito pela Zilda Arns. É uma grande perda. Ela era uma pessoa extraordinária”, disse Amorim.
Cezar Britto, presidente do Conselho Federal da OAB
"A morte de Zilda Arns, em plena ação missionária, no Haiti, tem a dimensão trágica e poética do artista que morre em cena. Dedicou toda a sua vida de médica sanitarista à causa dos desvalidos. Sacrificou a perspectiva de uma vida regular e confortável, que sua qualificação profissional lhe permitia, ao nobre ideal de submeter-se ao mandamento cristão de amar ao próximo como a si mesmo."
Ivete Sangalo, cantora
"Meus sentimentos e respeito à dona Zilda Arns, vitima do terremoto. Ela estava à frente da Pastoral da Criança, com um trabalho impecável", afirmou a cantora pelo microblog Twitter.
Michel Temer (PMDB-SP), presidente da Câmara dos Deputados
"A morte de Zilda Arns deixa milhões de órfãos no Brasil. Não só os integrantes de sua família, mas também os muitos filhos adotados por ela em seu trabalho na Pastoral da Criança e na Pastoral do Idoso. Zilda Arns tornou-se sinônimo de doação em sua luta pelos mais carentes, em seu combate diuturno à mortalidade infantil e na busca pela melhoria da vida do povo."
José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado
"Lamento o episódio profundamente. O Brasil perdeu uma de suas mais expressivas figuras. Ela era um exemplo extraordinário de dedicação às crianças, aos pobres e às causas sociais. Era uma referência. Essa não é uma perda só para a família, mas para o Brasil inteiro. Sua morte enluta todo o país."
Fonte: G1