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'compra direta' foi suspenso em oeiras
Por: Giselle Silva em 10/01/2009 - 15:07
Após matéria publicada no Portal Ai5piaui foi enviado uma nota de esclarecimento àquele Portal, sem assinatura, avisando que foram suspensas as atividades para fazer averiguações sobre as suspeitas de 'uso de laranjas' no referido programa do Governo Federal, em Oeiras.
A direção do programa aproveita ainda para dizer que o 'Compra Direta' não tem coordenação no município.
Veja a nota na íntegra.
Senhor Editor,
Ao tomarmos conhecimento da matéria publicada neste portal, na data de hoje, com o título: COORDENADOR APERECE COMO CADASTRADO E COM LARANJAS PARA RECEBER MAIS, imdediatamente suspendemos o programa compra direta no município de Oeiras-PI, bem como foi determinada a apuração dos fatos administrativamente e perante o Ministério Público Federal, que receberá cópia intregral da notícia veiculada.
Esclerecemos ainda que no Município de Oeiras-PI não existe coordenador do programa que tem coordenação única em Teresina e conta com a participação dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e EMATER, responsáveis pela emissão das DAP`s. Em Oeiras, as principais instituições beneficiadas são a Fundação Dom Edilberto, que mantêm, escolas agrícolas na região; Paróquia Nossa Senhora da Vitória, APAE, Gerencia Regional de Educação, entres outros.
Veja a matéria publicada no Portal Ai 5 Piauí:
ESCÂNDALO: Desvio no compra direta no Piauí
Coordenador aparece como cadastrado e com laranjas para receber mais
O Ministério Público Federal deverá receber na próxima semana uma denúncia dando conta de que o coordenador do Programa Compra Direta, na cidade de Oeiras (a 329 quilômetros de Teresina), Taciano Bezerra Canela estaria cometendo irregularidades. Ele estaria alugando CPFs e RGs de pessoas da região para fazer o cadastro e ficar com parte do dinheiro. Pior: ele mesmo e o irmão, Iata Anderson Bezerra Canela, estariam aparecendo como cadastrados no Programa Compra Direta.
O programa visa promover a articulação entre a produção de agricultores familiares enquadrados nos grupos A ao D, do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF e as demandas locais de suplementação alimentar e nutricional de escolas, creches, abrigos, albergues, asilos e hospitais públicos e dos programas sociais da localidade, tais como bancos de alimentos, restaurantes populares e cozinhas comunitárias, resultando no desenvolvimento da economia local, no fortalecimento da agricultura familiar e na geração de trabalho e renda no campo.
Esta modalidade é operada pelos Governos Estaduais ou pelas Prefeituras Municipais por meio de convênios firmados com o Governo Federal, por intermédio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, com abrangência territorial nacional e no Piauí é operado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR.
Em Oeiras, este programa tem à frente Taciano Bezerra Canela, que seria ligado a José Augusto Nunes, Superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Rural.
Segundo pessoas cadastradas no programa, Taciano Bezerra juntamente com o seu irmão Iata Anderson Bezerra Canela estariam “alugando” CPFs e RGs de vários agricultores para cadastrarem no Compra Direta. As pessoas que alugariam seus documentos receberiam em torno de R$ 110,00 a R$ 200,00, e o restante seria repassado para os irmãos Bezerra, sendo que o valor pago pelo programa é em torno de R$ 3.500,00 por cadastro.
Boa parte dessas pessoas que alugarariam seus documentos seriam ex-alunos de Iata Anderson, que foi professor na Escola Família Agrícola na Localidade Caldeirões, zona rural de Oeiras.
Um dos cadastrados disse que quando o pagamento está disponível na conta, ele iria ao banco, acompanhando de um dos irmãos – Taciano ou Iata - para que recebam a maior parte ou entregam o dinheiro a esposa do Iata Anderson, que também seria cadastrada no programa.
A esposa do coordenador moraria na zona urbana de Oeiras, e teria trabalho fixo, quando na Declaração de Aptidão ao Pronaf constaria que ela mora na localidade Penedo, na zona rural.
Outra irregularidade é que consta é a existência de pessoas de outras cidades que estariam cadastradas em Oeiras, como é o caso de Sebastião Eduardo Mendes Vieira e Amadeus da Silva Nogueira que são de São João da Varjota. E também várias pessoas de uma mesma família, como Carlindo Barbosa de Sousa e Domingos Barbosa de Sousa, também da localidade Penedo, como seriam a maioria dos cadastrados. Além deles existem outras pessoas da mesma família.
Taciano Bezerra e seu irmão Iata Anderson além de coordenarem o Programa em Oeiras também seriam cadastrados, o que configuraria mais uma irregularidade. E de acordo com a relação de agricultores fornecedores, cada um teria vendido para o programa 3.120 kg de abóbora. O que chamaria a atenção é o crescente patrimônio dos irmãos, como casas e veículos em Oeiras.
As conversas com alguns dos cadastrados foram gravadas e alguns deles, se espantam quando sabem do produto que teriam vendido e da quantidade, como é o caso de um cadastrado que consta ter vendido peixes e na gravação quando fica sabendo da quantidade se assusta: “Vixe, é peixe pra caramba ... tudo isso”
As denúncias documentadas com cópias de cadastros e gravações serão encaminhadas ao Ministério Público Federal na próxima semana e a Polícia Federal deverá abrir investigações.
Ai5piaui