Confira fotos da entrega da premiação à aluna vencedora do Concurso de Redação de Cartas

A Sociedade Educacional Paulo Freire comemorou com júbilo em 12/09/11 a entrega da premiação do 40º Concurso de Redação de Cartas, onde a aluna do 1º ano do Ensino Médio, Maria Clara Leal Cortez, obteve o 1º lugar a nível de Piauí.

O Concurso de Cartas foi organizado pela UPU – União Postal Universal (órgão da ONU) – havendo a participação das escolas estaduais, municipais e privadas de todo o estado do Piauí, obtendo a seguinte classificação:

1º lugar: Sociedade Educacional Paulo Freire – Oeiras-PI – Maria Clara Leal Cortez;

2º lugar: Instituto Dom Barreto – Teresina-PI – Lara Ramos Duarte;

3º lugar: Unidade Escolar Mário Martins – Picos-PI – Andréia Santos Teotônio.

Diante do resultado acima, percebe-se a qualidade da educação promovida pela escola Paulo Freire, que, com forte alegria, recebeu o Diretor Regional Adjunto dos Correios, ilustríssimo senhor José Rosa de Almeida, e sua equipe administrativa para entregarem o certificado e premiações eletrônicas.

Durante a solenidade de entrega da premiação, houve também a obliteração do selo comemorativo à aluna Maria Clara e o plantio de mudas, em face ao Projeto Desafio Ambiental, uma vez que a temática da carta fazia alusão à preservação da natureza.

Estiveram presentes a solenidade as seguintes autoridades e convidados especiais: Ilmº Sr. José Rosa de Almeida (Diretor Regional Adjunto dos Correios), Professora Francisca Inez dos Santos Martins (Diretora da UESPI – Oeiras), Dr. José Gonzaga Carneiro (Presidente da OAB – Oeiras), Ilmº Sr. Espedito Martins (vereador e mentor da Monção de Louvor à escola pelo prêmio obtido), Professora Francisca das Chagas Mauriz Santana (Secretária Municipal de Educação, na oportunidade representando o Prefeito Municipal), Sr. Francisco Japhet Albuquerque (representando a Presidenta do Rotary Clube de Oeiras), as Professoras Rita Campos, Conceição Neiva e Leonília Rêgo (acompanhada do seu esposo, Sr. Anchieta Rêgo), Inácia César (representando a presidente do Instituto Histórico de Oeiras), Sr. Jacob Cortez e Sra. Natália Cortez (pais da homenageada) e o Dr. Carlos Rubem (Promotor de Justiça).

Durante a solenidade, a aluna fez o seu pronunciamento e a leitura da carta premiada.

Vale ressaltar que, em 2008, a escola obteve o 2º lugar (Josimar Ferraz) a nível de Piauí na Olimpíada de Física e, em 2011, obteve a aprovação do aluno do 3º ano (Evanildo Almeida) no Concurso do Banco do Brasil.

Ressalta Cassí Neiva, Supervisora Pedagógica, que, “por meio dos projetos de leitura desenvolvidos na nossa escola, fomentamos o desenvolvimento cognitivo dos nossos educandos. Assim, galgamos êxitos e fortalecemos a premissa maior da nossa instituição: promover educação sem fronteiras”.

A Coordenadora do Ensino Médio, Professora Teresa Cristina Araújo relatou que a leitura é a mais poderosa atividade de crescimento mental do homem. Quem lê, alça voos magníficos, como foi o de Maria Clara.

Afirma a Professora de Redação, Josiana Costa, orientadora do Concurso de Cartas, que se sente emocionada e envaidecida pelo merecido mérito concedido à aluna Maria Clara.

A Equipe Pedagógica do Paulo Freire divide a alegria desse especial prêmio com a cidade de Oeiras, bem como com aqueles que acreditam na Proposta Pedagógica da nossa escola e deseja a Maria Clara Leal e a seus familiares votos de muito sucesso e felicidades.

Leia a carta e confira as fotos:

Oeiras, 23 de março de 2011.

Excelentíssima Presidente,

Venho a vós deixar pública minha reclamação sobre os maus-tratos ao meio ambiente em nome de todas as árvores do mundo. Desde sua origem, o homem vem evoluindo cada vez mais e, mesmo com essa evolução, ele não consegue ver que prejudicando a natureza está prejudicando a si mesmo.

Morava em uma floresta encantada, não aquelas florestas com magia, com seres encantados e tudo mais que existe em filmes. A minha casa não tem nada disso, mas ela passava a ser encantada por abrigar várias espécies, seja animais ou vegetais. Somente sua beleza já a tornava mágica. Moro na Floresta Amazônica. Aqui, tudo era muito belo. Lembro-me da minha infância. Era tranquila, apesar de ouvir de vez em quando o barulho da serra elétrica. Sou uma das espécies mais antigas que existem aqui: sou uma seringueira. Uma vez, quando brincava com meus irmãos, vi um homem retirando alguma coisa do tronco da minha avó. Ela disse que era um líquido que se chamava látex e que, quando eu crescesse, também iria ter.

Os rios tinham águas cristalinas. As mamães macacas nos faziam cócegas chacoalhando nossos galhos com seus filhotes. Antes, o homem não vinha muito aqui. Hoje, dificilmente ele deixa de vir. A vida não é mais a mesma. Quase todo dia vejo amigos morrendo, animais desaparecendo.

A preservação do meio ambiente é um ato de cidadania e dever de todos. Exerçamos a cidadania sócio-ambiental e fiquemos atentos para a proteção dos animais. O processo de seleção natural está aumentando cada vez mais, principalmente devido a fatores praticados pelo homem, como: desmatamento, urbanização e poluição da natureza. O ser humano é um dos elementos do ecossistema. Portanto, ele está relacionado aos outros seres, inclusive em conexão com os fatores abióticos, como o clima. Caso comecem a desestruturá-lo, consequentemente estarão desenvolvendo graves problemas para si próprios também. O aquecimento global já está mostrando suas consequências, como por exemplo, o ciclone extratropical que abala o litoral norte do Rio Grande do Sul.

Durmo com medo de acordar com uma serra elétrica prestes a me cortar. A cada dia, áreas imensas, formadas por árvores, amanhecem desmatadas. Tenho que lhe lembrar que o oxigênio que vocês respiram vem de nós.

O homem está a um passo de sua própria destruição. A vida começou na Terra há cerca de 3,5 bilhões de anos e ainda há 6 bilhões pela frente antes que o Sol incinere a Terra. Cerca de 20 bilhões de seres humanos já viveram antes de qualquer um de nós. Seria demais deixar um desaparecimento catastrófico acontecer, justo no seu governo. Estamos nos aproximando de um ponto que não terá mais volta.

Peço a vós, Senhora Presidente, e a toda a humanidade que reflitam sobre o assunto e que alertem e conscientizem as pessoas que precisam dar valor ao ecossistema do qual fazem parte e valorizem sua própria qualidade de vida e de seus futuros filhos. Se isso não acontecer logo, talvez seja tarde demais.

O ambiente equilibrado é resultado das atitudes diretas do ser humano, onde o reconhecimento de que é necessária uma profunda mudança de percepção de pensamento para garantir nossa sobrevivência ainda não atingiu a maioria dos líderes das suas corporações, nem os administradores, nem os professores das grandes universidades. Mas acredite, já nos atingiu e com um grande impacto.

Devem procurar um meio de criar comunidades sustentáveis, isto é, ambientes sociais e culturais, onde poderão satisfazer suas necessidades e aspirações sem diminuir as chances das gerações futuras e ainda sem nos destruir. Como diz a frase “avalia-se o grau de civilidade de um povo pela forma como trata seus animais”. Sejam civilizados também porque somente quando for cortada a última árvore, pescado o último peixe e poluído o último rio, é que as pessoas vão perceber que não podem comer dinheiro.

Para onde vamos com tantas agressões ao planeta? O pessimismo da resposta varia, mas há um consenso: a hora de agir é já.

Agradeço pela atenção e espero que cause em Vossa Excelência a reflexão necessária à nossa preservação.

Atenciosamente,
Seringueira.