
Grupo Arte Sertão apresenta “A Paixão de Cristo” nesta quarta-feira, 16, em Oeiras
15/04/2025 - 17:22Espetáculo será encenado também em Várzea Grande e Colônia do Piauí nos dias seguintes
São 14 faixas gravadas que se transformam em cinco discos com capas e ordens diferentes das músicas para seguir diferentes conceito. Para Daniela Mercury, a nova proposta, que pode parecer uma loucura em tempos de crise das gravadoras, é uma provocação que convida os ouvintes a extrair sentimentos diferentes de acordo com a disposição das faixas. A cantora baiana esteve na redação do Terra nesta quarta-feira (2) e falou sobre Canibália, sua nova aposta.
A cantora diz que as pessoas tinham medo de colocar duas capas, que a acharam louca quando falou de cinco. Já sobre as ordens foi exatamente a liberdade da arte, das pessoas ouvirem o disco de várias maneiras e exercitar a percepção. Daniela ainda afirmou que a interação dos ritmos e gêneros, principalmente no Brasil, é um dos focos de seu novo disco. A cantora ainda explica que a influência na hora de se ouvir música surge de diversas formas e Canibália é apenas uma parte dessa empreitada.
Famosa por mesclar ritmos e se aventurar fora do axé, como fez com a música eletrônica no início dos anos 2000, a cantora ainda afirma que luta para acabar com a ideia estigmatizada que o Carnaval de sua terra natal possui para as pessoas em geral.
Em Canibália, independente das ordens das músicas, Daniela Mercury explora campos distantes do axé, como o samba e o hip-hop. Além de uma parceria com o badalado produtor Wyclef Jean, ex-integrante do grupo The Fugees, a baiana regrava sucessos como O Que Será (À Flor da Terra, de Chico Buarque, e faz um dueto digital com Carmen Miranda em O Que É Que a Baiana Tem usando os fonogramas originais de 1939 liberados pela família da cantora.
Para Daniela, fazer esse resgate e apostar em novas empreitadas, como é o caso de Canibália, é remar contra a corrente lutando contra uma imagem estigmatizada da música produzida em Salvador.O plano da cantora baiana vai além. Daniela Mercury planeja colher depoimentos para um documentário que visa explorar o Axé e mostrar suas raízes no Brasil.