Sesapi cancela processo de contratação de organizações sociais para gestão de hospitais regionais
03/10/2024 - 09:50Entre os hospitais incluídos estava o Hospital Regional Deolindo Couto (HRDC) de Oeiras.
Quem nunca sentiu aquele frio na barriga antes de falar em público? Ou aquela dor de cabeça que parece vir do nada quando se vive situações de estresse? O emocional afeta o organismo e isso já é algo cientificamente comprovado. Em entrevista ao programa Bom Dia News, na O Dia TV, Canal 9.1, o terapeuta Luiz Fernandes explica como o corpo somatiza as emoções e como estas emoções se manifestam no nosso organismo na forma de doenças.
Emocional e físico não andam separados. Quando a gente não lida bem com as emoções, o corpo acaba sentindo e dando sinais de que algo pode estar errado. A dúvida que fica é: a doença faz o emocional abalar ou é o emocional que traz a doença? Luiz Fernandes explica que as duas situações podem ocorrer. O emocional estando bem, o corpo entra em equilíbrio. Do mesmo jeito que se o corpo apresenta algum problema fisiológico, o emocional acaba sendo afetado negativamente.
“Você estava bem emocionalmente e aí ficou doente. Claro que essa doença vai abalar seu emocional. Ele vai piorar essa doença. Vai vir o cortisol, a adrenalina, a angústia e isso tudo faz com que a pessoa fique pior dos sintomas. O emocional estando em, o corpo fica em equilíbrio. Mas se tem algum problema familiar ou no meio ambiente em que a pessoa está inserida, o sistema imunológico vai cair e aí vem a gripe, o resfriado, problemas de pele e outras coisas mais. Não é só o emocional que faz a doença chegar. Também pode ocorrer de a doença aparecer e o emocional abalar”, explica o terapeuta.
Luiz explica que já há uma vertente na Medicina que busca compreender o adoecimento dos pacientes através de um olhar holístico, ou seja, observando o todo e indo além dos sintomas físicos que ele relata. É que muitas vezes baixas emocionais e o ambiente em que a pessoa vive podem contribuir para que o corpo adoeça. Se as relações pessoais e sociais são conturbadas, os riscos de a pessoa desenvolver alguma doença ou apresentar algum sintoma são maiores, explica o terapeuta.
“Nós temos cinco esferas que vão contribuir para a questão do adoecimento ou do não adoecimento: a biológica, a psicológica, a social, a emocional e a espiritual. As doenças, elas têm uma ligação com o emocional. Hoje a Medicina consegue identificar enfermidades que são acionadas pelo emocional, como por exemplo, a fibromialgia. Essa doença é caracterizada por pontos de gatilho no corpo, dores e desconforto físico. Quando estamos estressados, aflitos ou preocupados, sentimos mais tensão muscular e isso pode se refletir em mais dores, ou seja, em um agravamento da doença. Tudo isso tem que ser olhado na hora de dar um diagnóstico e iniciar um tratamento”, diz Luiz Fernandes.
O cérebro é capaz de armazenar informações desde os primeiros instantes de vida. Memórias olfativas, gustativas, visuais e táteis são formadoras dos indivíduos e a forma como lidamos com elas pode influenciar bastante na forma como o corpo manifesta determinados sintomas ou processa determinadas situações.
O sistema digestivo, por exemplo, é o meio sistema do corpo humano e, tanto quanto o sistema nervoso, é capaz de processar informações. O intestino é considerado o segundo cérebro do corpo, sendo um dos maiores produtores de hormônios ligados ao bem-estar. Quando o corpo apresenta algum problema de digestão ou dores abdominais, é comum que a pessoa fique estressada ou desanimada.
Mas o inverso também é verdade: quando o emocional não vai bem, o sistema digestivo somatiza. Quem nunca ouviu falar de Gastrite Nervosa? São dores e desconfortos estomacais causados sempre que o indivíduo está sob uma situação de estresse. Uma das principais consequências dela é a perda de apetite, que pode levar à apatia e a inclusive a quadros clínicos mais severos.
O terapeuta Luiz Fernandes explica que as quando não lidamos bem com determinadas emoções, o sistema digestivo sente. São as chamadas emoções não digeridas. “O intestino está diretamente ligado ao encéfalo. Má alimentação, uso de alguns medicamentos, consumo de bebida alcoólica, tudo isso pode levar a um quadro de desconforto intestinal. Mas o estresse, o medo, a ansiedade também mexem com o intestino e o estômago. A Síndrome do Intestino Irritável é um exemplo de doença cujos sintomas físicos têm relação direta com as emoções que processamos às vezes até mais do que com aquilo que ingerimos”, discorre.
O terapeuta orienta que, ao perceber algo errado no próprio corpo, o indivíduo procure o médico, mas que procure conversar com ele sobre as situações pelas quais passa e que vão além da esfera fisiológica. Se o ambiente em que se vive for tóxico, se as relações pessoais e sociais forem conflituosas e se a pessoa vive sob estado de estresse, os medicamentos por si só podem não ser suficientes para tratar a enfermidade.
Fonte: Portal O Dia