
‘’Queremos levar a Assembleia para perto do povo’’, destaca Severo Eulálio sobre Avança Alepi em Oeiras
30/04/2025 - 10:00O evento contará com a presença de parlamentares estaduais, lideranças locais e do governador Rafael Fonteles.
Os deputados de oposição apresentam hoje
o pedido de instalação de uma CPI nas Contas da Emgerpi (Empresa de Gestão de Recursos do Piauí) para apurar as denúncias formalizadas contra a Empresa pelo ex-membro da Central de Controle de Contratos e Convênios da Emgerpi, Jaylles José. O líder da oposição, Roncalli Paulo, informou que vai convocar a presidente da empresa, Lucile Moura, para prestar informações junto à Comissão de Administração e Finanças da Assembléia Legislativa. A defesa da instalação da CPI partiu do também deputado do PSDB, Tererê.
O deputado Mauro Tapety disse que as denúncias são muito graves e precisam apurar devidamente. Ele disse que a oposição pode conseguir nove nomes, e para chegar a 10, o número necessário para instalação da CPI, vão buscar os insatisfeitos com o Governo.
Roncalli Paulo, na tribuna da Assembléia, disse que são inúmeras as denúncias e tentaram comprar o denunciante com uma quantia em dinheiro e um notebook, como não conseguiram tentaram intimidá-lo, inclusive com pessoas armadas.
“A Assembléia não pode ficar sem se manifestar. Não iríamos fazer estardalhaço com isso, mas a situação é muito grave. Temos todas as cópias dos documentos. Isso é nitroglicerina pura”, adiantou o deputado apresentando um calhamaço de documentos e o jornal Diário do Povo, na tribuna da Assembléia.
“A Polícia Federal está investigando e vamos convocar a presidente Lucile Moura para esclarecer os fatos aqui”, emendou. O deputado Mauro Tapety disse que o Governo estava tentando desqualificar a denúncia tentando ligar o caso ao ex-prefeito de Esperantina, Felipe Santolia, mas afirmou que não tem nada a ver com Santolia. “São denúncias graves e que envolve bem mais coisas, por isso estamos propondo uma CPI. A movimentação financeira que a presidente da Emgerpi fazia era para enganar a Justiça, para evitar seqüestros e bloqueios”, afirmou o parlamentar em aparte.
“O Governo precisa dar sua versão para isso. O Governador sabe disso desde maio e estavam escondendo, engavetando o caso”, completou Mauro Tapety.
O líder do Governo na Assembléia, deputado Cícero Magalhães, frisou que não tem instituições melhores para apurar o caso do que o Ministério Público Federal e a Polícia Federal. ”Não tem nada melhor para elucidar os fatos. Os órgãos competentes estão resolvendo o caso. Os deputados podem pedir convocação, mas tem que ver se passa”, finalizou Cícero Magalhães.
Dinheiro era levado em caixas por motorista
Os deputados comentaram que houve um esquema de desvio e transferência de dinheiro em espécie na Emgerpi. O dinheiro era transportado em caixas pelo motorista da empresa para casa de secretários ou para outras secretarias do Estado. Os deputados disseram que usavam laranjas e foi identificada a transferência de R$ 85 mil para a conta de um pedreiro.
“Eu desafio alguém do PT a provar que não há corrupção com o dinheiro do Estado. A presidente da Emgerpi, todos dizem que ela é operacional, é operacional do mal e este esquema envolve altos cargos do Estado”, comentou o deputado Mauro Tapety.
Ele disse que tomou ciência de transporte de dinheiro em espécie pelo motorista da Emgerpi para residência de secretário e para Secretaria.”Tem gente do alto escalão. Top mesmo”, comentou o deputado, fazendo sigilo dos nomes.
Para o parlamentar, tudo isso deve ser apurado pela CPI. Ele estranhou que na conta de pedreiro e auxiliar de pedreiro tiveram transferência de dinheiro no valor de R$ 85 mil. Teve dinheiro transportado em caixas.
O deputado Roncalli Paulo ainda falou que tem esquemas fraudulentos para locação de veículos na Emgerpi. “Não vamos nos omitir quanto a isso. O Governo também não pode se omitir. Eles têm que dar a versão deles para tanta corrupção”, comentou.
O deputado Cícero Magalhães, que é o líder do Governo, frisou que as instituições mais capazes e que deveriam fiscalizar, estão fazendo isso.
Números da denúncia
13 meses de gestão das contas da Emgerpi são relatados na denúncia
30 dias que o governador Wellington Dias está de posse dos dados
138 mil reais teriam sido desviados dos recursos da barragem do Estreito.
13 municípios estariam envolvidos nas irregularidades
4 setores da Emgerpi estariam trabalhando nos contratos e movimento dos recursos
3 seriam as formas de operação do esquema para evitar o seqüestro de valores
3 servidores da Caixa Econômica estariam envolvidos no esquema.
94 contas correntes administradas pela Emgerpi.
10 Contas do extinto Bep.
300 movimentações foram feitas em apenas dois dias do mês de março
20 cheques foram devolvidos em apenas um dia.
85 mil reais teria sido o valor entregue a um secretário a mando da diretora da Emgerpi.
Lucile Moura se defende e ataca
Apresidente da Emgerpi, Lucile Moura, disse que o ex-membro da Central de Controle de Contratos e Convênios, Jaylles José Ribeiro Fenelon foi demitido porque vazava documentos internos da empresa. “Ele traiu até quem o indicou para o cargo”, comentou Lucile Moura. Ela diz que Jaylles Ribeiro tem ligações com Felipe Santolia e que a Polícia Federal deveria investigar isso.
A presidente frisou que existe uma ligação entre Jaylles Ribeiro com o ex-prefeito de Esperantina, Felipe Santolia, a quem entregava cópias de documentos da Emgerpi. “Não sei se existe envolvimento de sexo e drogas, mas ele apresentou documentos que foram divulgados no site de Santolia”.
Segundo Lucile, Jaylles Ribeiro respondeu a sindicância e foi responsabilizado pela devolução de vários cheques sem o provimento de fundos na Emgerpi. “Você sabe que cheque sem fundo de empresa pública é bem mais complicado do que um cheque particular . Nós temos que ter agilidade na administração financeira da Emgerpi, porque sempre pipocam decisões judiciais que emperram as contas”, emendou.
“Operamos com um sistema eletrônico para evitar problemas financeiros. Na sindicância este funcionário foi responsável pela devolução dos cheques, por negligência, e por isso foi afastado”, justificou a presidente.
Lucile Moura disse que, de propósito, entregou documentos somente para Jaylles Ribeiro para testar a sua fidelidade. “Ele vazou todos os documentos que saíram de minhas mãos para as dele. Não tem nada demais nos documentos, mas é de circulação interna da empresa. Ele cometeu dois atos de traição. Estes documentos não são grande coisa, são documentos soltos”, adiantou.
A presidente negou que haja movimentação financeira irregular ou movimentação de dinheiro em espécie dentro de caixas, transportadas pelo motorista da empresa. “não fui notificada de nenhum processo. Minhas contas foram encaminhadas para o Tribunal de Contas que cabe a fiscalização. Foi para Assembléia Legislativa. Não me furto a prestar qualquer esclarecimento. Se me chamarem na Assembléia, eu vou lá. Não temos nada a esconder”, assegurou.
Ela reconheceu que a Emgerpi tem dificuldades no manuseio financeiro e sempre tem que fazer operações rápidas para evitar problemas com seqüestro de contas, devido ao número de ações trabalhistas contra a empresa. “Acho que a Polícia Federal deveria investigar o Felipe Santolia e a ligação dele com este rapaz”, finalizou Lucile Moura, dizendo que ele estava tentando produzir provas políticas contra o atual prefeito de Esperantina, Chico Antônio. (LC)
Diário do Povo