
‘’Queremos levar a Assembleia para perto do povo’’, destaca Severo Eulálio sobre Avança Alepi em Oeiras
30/04/2025 - 10:00O evento contará com a presença de parlamentares estaduais, lideranças locais e do governador Rafael Fonteles.
A Barragem de Algo-dões I ainda poderia
acumular mais 5 metros de água e não atingiu sua cota máxima antes do acidente que destruiu os 11 povoados no entorno da barragem. “Portanto este argumento de que houve muita chuva não pode justificar o rompimento dela”, afirmou o coordenador do Departamento de Recursos Hídricos da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Uma equipe de engenheiros e especialista em Recursos Hídricos da UFPI esteve em Cocal colhendo informações das condições da barragem e constatou que além de poder suportar um maior volume de água as duas comportas de Algodões I apresentavam problemas. “Uma delas, a menor comporta, estava obstruída; a outra maior apresentou problemas há alguns anos e estava emperrada, portanto a água acumulada não tinha para onde sair”, acrescenta o professor.
Segundo Manoel Coelho é necessário que os problemas das comportas sejam registrados antes que o local venha a ser violado. Ele disse que o problema pode ter contribuído “e muito para o rompimento da barragem”. A equipe colheu informações com um morador do local que trabalhou na construção da barragem e que informou não ter sido realizada nenhuma revisão de manutenção nos últimos cinco anos.
O relatório da comissão de engenheiros ainda não tem destino certo. Manoel Coelho disse que fotos do local e dados técnicos foram colhidos e que deverão ser apresentados no futuro, mas até o momento nenhuma das equipes legalmente constituídas para apurar o problema procurou o relatório dos engenheiros. Outra informação importante para o inquérito que apura as responsabilidades no acidente é a de que o menor ver-tedouro da barragem tinha uma abertura de 30 cm e ainda suportava até 2 metros de liberação de água.
Manutenção evitaria a tragédia em Cocal
Segundo o engenheiro, se a manutenção do vertedouro tivesse sido realizada o acidente poderia ter sido evitado. Soares Filho afirma ainda que a comissão, formada por três engenheiros e por um geólogo, apresentará um relatório que, posteriormente, poderá ser usado nas investigações que apuram o motivo do rompimento da barragem.
O promotor Maurício Gomes de Souza, da comarca de Cocal, que preside um dos inquéritos sobre a responsabilidade do acidente também esteve no local e ouviu as vítimas prejudicadas pela tragédia, que segundo dados oficial matou sete pessoas.
A reportagem do DIÁRIO DO POVO tentou ouvir a versão do Governo do Estado para as declarações do professor de que a barragem não teve manutenção, mas foi informada pela CCOM que os assessores responsáveis estavam impossibilitados de falar sobre o assunto porque estavam participando de uma reunião no Palácio de Karnak.
Com relação ao trabalho de assistência do Governo as vitimas da tragédia ontem a secretária de Assistência Ssocial do Estado Gilvana Gayoso esteve no município. Ela disse que o governador Wellington Dias determinou total transparência nos trabalhos. A secretário esteve em Cocal acompanhar pelo vice-governador Wilson Martins e pela primeira dama Rejane Dias.
Na tarde de ontem a Empresa de Gestão de Recursos do Piauí (Emgerpi), concluiu os trabalhos na estrada de acesso aos povoados Olho Dágua, Frecheira da Laura e Frecheira de São Pedro onde várias famílias estavam isoladas. Essas famílias só recebiam alimentos, roupas e remédios através dos helicópteros da Polícia Militar. Com a conclusão desse acesso de cerca de 7 quilômetros, a partir dessa quinta-feira, a ajuda vai chegar através dos carros. A equipe da Emgerpi está trabalhando na liberação do acesso a comunidade Boíba que continua isolada. Este trabalho deve ser concluído até a próxima sexta-feira.
Diário do Povo