
Gente

*Por Joca Oeiras
Claro que há muitas pessoas que admiro e respeito. Também tenho muitos – uns mais, outros nem tanto – amigos. Claro que me encanta a beleza e o charme das mulheres bonitas e charmosas. Adoro a minha filha e gostei muito dos meus pais e da avó que conheci. Mas não é desse tipo de Gente que quero falar.
Conheço pessoas preconceituosas, facistóides, desonestas consigo mesmas e com a sociedade, que estão sempre dispostas a cumprir a lei do Gerson, enfim, pessoas que não são dignas de uma convivência civilizada. Mas também não é sobre essa Gente que quero fazer referência.
Falo de pessoas desconhecida como, por exemplo, as que freqüentam uma agitada feira livre, centenas delas, que dão a conhecer apenas suas silhuetas e fisionomias, sua indumentária e uma ou outra idiossincrasia, que mais a colore do que, propriamente, define.
Aqui em Oeiras sou capaz de passar horas observando essas pessoas, totalmente anônimas, que parecem tão iguais e, ao mesmo tempo, tão diferentes. As jovens, quase sempre, com seus shortinhos e minisaias jeans – hoje em dia com penduricalhos prateados nos bolsos traseiros – ostentando bundinhas, mais ou menos. arrebitadas e mini blusas sempre com detalhes da última moda não sei de onde, pelo menos assim me parecem. Os mancebos com suas camisetas com escritos, em geral, em inglês alguns de bermudas e os mais velhos variando mais as vestimentas, porém sem sair muito dos vestidos simples, camisas, camisetas e calças cumpridas. Muitos bonés e alguns chapéus.
Como diz o Caetano, de perto todo mundo é louco. Mas olhando este povaréu à distância, a forte impressão que me dá é a de se trata de um povo bom, ordeiro, honesto, trabalhador e pacato, pessoas que levam a vida talvez sem grande criatividade e originalidade mas com distinção e dignidade. Gosto muito dessa Gente. Fico feliz assim pensando, muito embora desconfie que se trata apenas de uma idealização romântica. Não importa: esta é a impressão visual que eu tenho dela, lembrando que, para Shakespeare, “Assim é se assim lhe parece”. Viva o Povo Brasileiro!