
Colisão frontal entre motocicletas deixa três pessoas feridas em Pedro II
16/12/2024 - 10:57Todos os envolvidos no acidente sofreram algum tipo de ferimento, uns mais leves e outros mais grave
O coordenador do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Costa, o Baretta disse que a mãe tentou criar um álibi para tentar atrapalhar a investigação e impedir que as suspeitas recaíssem sobre João Paulo Santos Mourão, apontado como o assassino da própria irmã, a advogada criminalista Izadora Santos Mourão, 41 anos. O crime ocorreu no fim de semana, na cidade de Pedro II, no interior do Piauí.
Baretta conta que foi necessário construir uma 'linha do tempo' para elucidação do caso. A própria família teria acionado uma faxineira para limpar marcas de sangue no quarto do suspeito que teria usado duas facas para matar a própria irmã.
"Requisitamos exames no local, lacramos a casa, requisitamos perícia de Teresina com papiloscopista, foi feita exame no quarto dele onde foi encontrado sangue, mesmo após terem lavado. A mãe disse para faxineira dizer que o suspeito estava dormindo no momento do crime e ele não estava. A história da vendedora de roupas foi inventada, nunca existiu. A partir das 6h do sábado (dia do crime) nenhuma pessoa entrou na casa", explica Baretta.
Ele conta que, mesmo após ser esfaqueada, a vítima ainda indicou quem seria o assassino.
"Mesmo nos últimos suspiros, ela ainda reuniu forças e saiu cambaleando, se arrastando e conseguiu indicar que o assassino estava dentro de casa e estava bem próximo", conta Baretta sem revelar detalhes.
O delegado acrescenta que o suspeito usou duas facas, uma foi escondida na casa de uma tia.
Ao ser preso, João Paulo não confessou o crime. Investigação aponta que os irmãos tinham desavenças. O DHPP tem dez dias para concluir o inquérito policial.
VERSÃO DA FAMÍLIA TINHA CONTRADIÇÕES
Élida Frankilin, ouvidora-geral da OAB-PI, conta que, desde o início, a versão da família apresentava contradições.
"Nos causou muita estranheza também a versão de que uma pessoa foi assassinada dentro de casa e todos os membros dessa casa estavam dormindo. Ninguém viu, ninguém ouviu, ninguém sabia quem era. A mãe da Izadora, ao invés de pedir socorro, ligou para uma funcionária para construir um álibi. Tudo isso ns chamou muita atenção. Com o passar da investigação foram encontradas mais provas e hoje temos um cenário conclusivo da autoria pelo João Paulo, em que pese a gente não possa afirmar que não houve a participação imediata de outros membros da família. Já sabemos que houve a participação, pelo menos, para tentar acobertar, tentar forjar um álibi, um outro cenário de crime, tentar dificultar o trabalho da polícia na Justiça", conta Frankilin reiterando que a família só noticiou a morte após alterar o local de crime e esconder a arma.
MÃE CRIOU ÁLIBI PARA PROTEGER O FILHO
Baretta acrescentou ainda que a mãe da advogada pode ter sido cúmplice do crime. "A partir das 07h do dia 13 de fevereiro nenhuma pessoa entrou naquela casa, nós procuramos ouvir pessoas, bem devagar, uma por uma, não encontramos. Inclusive a mãe deles quando verificou a moça já morta não se preocupou em ligar para a polícia tampouco pedir socorro, ligou para uma faxineira para que a faxineira falasse para a polícia que quando chegou lá ele estava dormindo, ou seja, ela se preocupou em criar um álibi para o acusado", disse.
"No quarto dele foi encontrado sangue da moça, a advogada mesmo nos últimos instantes de vida ainda tentou fazer alguns movimentos para revelar que o assassino estava dentro de casa e nao estava longe dela. Ele está sendo autuado em flagrante delito, vai ser trazido para Teresina até por uma questão de segurança, vamos levar ao IML e após levar para a Central para que ele seja apresentado ao juiz para audiência de custodia. O inquérito está sendo bem conduzido pelo delegado Danúbio Dias", afirmou Baretta.
Sobre uma possível motivação do crime, Baretta declarou que a relação entre os dois não era boa e João Paulo sempre ameaçava a irmã. "A motivação não está bem explícita até porque eles tinham desavenças internas, ele inclusive ameaçava a irmã. Ele nega a autoria material do crime, mas as provas falam bem alto e nós não temos nenhuma dúvida que foi ele realmente que tirou a vida da advogada Izadora. Nós temos 10 dias para concluir o inquérito policial e outras diligências serão juntadas ao inquérito", finalizou.