
No piauí, só 3 pessoas entendem de gestão publica indo e vol
Encontro nas alturas
Um dia encontrei o governador Wellington Dias num vôo da Tam de Brasília no rumo de Teresina. Na hora que ele me enxergou, foi logo me dizendo que lia estes meus arrazoados que escrevo aqui, sempre que podia. Não sei se ele disse só pra me agradar. O certo é que me agradou. Fiquei mais alegre do que cachorro amarrado com linguiça. Se até o governador lê o que eu escrevo, o Frank Aguiar que se cuide, porque jazim eu também vou virar pop star.
Na esperança de hoje ser lido por Sua Excelência, peço desculpas às minhas leitoras e aos meus leitores, para destinar metade desta coluna para o nosso governador. E não é nem mais para pedir “DAS”, que já pedi foi muito e ele nunca me deu! É apenas para convidá-lo a uma reflexão.
O mestre
Governador, não é porque eu esteja na minha presença não, mas neste negócio de gestão pública eu só tiro o chapéu para três pessoas. Primeiramente, para o doutor Alberto Silva, que deu um show de bola em seu segundo governo. Segundamente, para o gatão Guilherme Melo, que passou 10 marcantes meses à frente do Governo da Modernidade. Terceiramente, eu tiro o chapéu pra mim mesmo. Entendo tudo de administração pública, só ainda não tive foi chance de mostrar. Pra entrar nesta boca precisa ter voto ou padrinho. E até agora eu tô ao Deus-dará. Não achei nem uma coisa nem outra.
Mas, pelo meu elevado espírito público, pelo amor que tenho à Terra Querida e pela admiração indisfarçável que tenho pelo PT, é que vou fazer aqui uma consultoria para o senhor. E no zero oitocentos!
A crise
O senhor já notou que a crise econômica mundial paira sobre nossas cabeças de pequi? O senhor já notou que o faturamento das empresas piauienses começou a cair? O senhor já notou que o faturamento caindo a arrecadação de impostos vai cair também? E se a arrecadação vai cair, será, governador, que não é hora de adequar o Estado para esta nova realidade de crise financeira?
A estrutura administrativa do Piauí é composta hoje de 41 órgãos na administração direta, mais 10 autarquias, 7 fundações, 2 empresas públicas e 7 sociedades de economia mista. Tudo bem, tudo bem! Eu sei que a máquina inchou foi só para agasalhar os petistas e aliados. Coisa do seu coração grande! Mas, quem vê crise, não vê coração. E a crise econômica está forçando mudanças nos planos das grandes potências do globo. E, como potência, o Piauí precisa se adequar também.
Plano anticrise
Para que o nosso estado continue com sua administração organizada e na rota do desenvolvimento, sob o seu firme e decidido comando, apresento um esboço do meu plano anticrise. Ele foi elaborado tendo como baliza os mais rígidos fundamentos da hermenêutica da colpocitologia e da propedêutica epistemológica.
No meu plano, a estrutura administrativa do estado deve ser dividida em apenas duas grandes pastas. Na primeira, devem agrupar-se todos os órgão públicos que mexam com dinheiro grosso, como a Saúde, Educação, DETRAN, Agespisa, DER, Secretaria de Transportes e Engerpi. O titular para esta super secretaria não poderia ser outro: Assis Carvalho, o homem que sabe se virar nos 30.
Na segunda grande pasta, devem agrupar-se os órgãos públicos sem arrecadação ou com orçamento apertado, como FUNDAC, Defesa Civil, secretaria de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico, Agência de Tecnologia da Informação, GASPISA e LOTEPI. Já para esta segunda super secretaria, qualquer um da base aliada serve. Mas sugiro o nome do Fernando Monteiro. Ninguém entende mais de calamidade do que ele.
O capiau
Mudando um pouco de assunto, em 1996 resolvi fazer uma especialização em Direito Processual Civil na PUC de São Paulo. Levei o curso adiante no pescoção. Eu sentia muita saudade da mamãe.
Pra piorar, lá no curso fiz amizade com um piauiense. Este cidadão tinha sido aprovado para o cargo de Promotor de Justiça aqui e enquanto esperava a nomeação, resolveu se especializar mais no direito, para, segundo ele, servir melhor ao povo do Piauí.
A minha amizade com este piauiense me impediu de conhecer os paulistas. O bicho era baixinho, buchudo e se vestia mal. Um dia pedi pra ele se vestir melhor. Ele me disse que era daquele jeito que o piauiense se vestia e ele não iria mudar. E o linguajar? Pedi para que ele chamasse lanche em vez de merenda e intervalo em vez de recreio para que nós podessemos nos encostar nas meninas da PUC. Não! - foi categórico – é assim que o povo da minha terra fala. Não vou mudar pra agradar estes abestalhados.
Antes de acabar o curso em São Paulo, ele foi convocado para o emprego e teve que voltar. Nunca mais vi esse cidadão.
O promotor
Este piauiense que tanto atrapalhou minha vida de playboy em São Paulo é o hoje promotor de Picos, Elói Pereira de Sousa Júnior. É ele que está sendo ameaçado de morte por denunciar que presos do município sofreram torturas físicas, inclusive, apanhando na genitália. Segundo a denúncia do promotor, encampada pelo Ministério Publico do Estado, pela Igreja Católica e pela OAB local e federal, as torturas teriam sido praticadas por policias do 4º Batalhão de Polícia de Picos, cujo titular é o Major Wagner Torres.
Não conheço o Major e nem me interessa ver a genitália dos presos. Mas se este promotor continua sendo o mesmo que conheci, autêntico, apaixonado pelo Piauí e sua gente, é bom o Comando Geral da PM e demais autoridades tomarem uma providência, porque o negócio deve ser sério mesmo!