
Nove ponto zero de um boa Praça

(*)Por Ferrer Freitas
Pois não é que chegou aos 90 anos de profícua existência o caríssimo conterrâneo Acilino Homero Praça! Fui amigo de seus filhos, sobretudo do Breno, que, lamentavelmente, foi levado ainda muito moço pela “indesejada das gentes” de que fala o poeta Manoel Bandeira. Com pequena diferença de idade, quero crer, vinha Francisco, o Chico Praça de todos, que é desembargador do Estado do Acre. Os dois foram meninos do meu tempo de peladas na pracinha, como chamávamos o Largo da Matriz, que virou Praça das Vitórias. Das meninas, a lembrança mais forte é de Socorro que, com a mana Afonsina e a querida e saudosa Maria Silva logrou aprovação em concurso para o Banco do Nordeste, parece-me que o primeiro realizado para a agência de Oeiras, numa época em que emprego era coisa difícil, pois que, quase sempre, destinado a apaniguados.
Lembro muito do caro Acilino no seu comércio na rua da Feira, no prédio do mercado público, obra do prefeito João Ferraz, canto que dá para o lado do oitão da Igreja da Conceição. Depois arribei, ganhei o mundo, fui dar com os costados no Rio de Janeiro, onde vivi por 12 anos, morto de saudade de minha terra (agora, e já há algum tempo, as saudades são de lá). No retorno, convidado, fui admitido na Maçonaria (Caridade e Justiça Oeirense, n° 11), quando tive o prazer e a alegria de conviver com ele, que sempre foi um irmão-maçon “pé-de-boi”, como se diz daqueles convictos por uma causa. À época, início dos anos oitenta, Acilino exercia o cargo de orador da Loja, coisa que, vale ressaltar, sabe exercer como poucos, a oratória. Esse tempo de maçonaria foi importantíssimo para mim. Lá aprendi muito com parceiros, ou melhor, irmãos, como José Coelho Reis, Joaquim da Silva Copeiro (Merrequim), João da Silva Matos, Adalberto Barbosa de Deus, José Cícero Romão Batista (Cícero Coriolano), Antônio Madeira Reis (de Maroquinha) e outros grandes obreiros.
Pois bem, quero daqui externar minha alegria pelos 90 anos de vida do irmão, o velho Acilino Homero Praça. Que o Grande Arquiteto do Universo o proteja e conduza na caminhada para o seu centenário.
(*) Ferrer Freitas é colaborador do Mural da Vila