
Nove ponto zero de uma virtuose

(*) Ferrer Freitas
Se alguém procurar em Oeiras por dona Petronila poucos se darão conta de que se trata de dona Petinha Amorim, virtuose do bandolim, pra rimar, gente muito boa como gosta de dizer um amigo meu ao se referir a alguém de trato lhano e afável. Conheço-a desde rapazinho, pois, amigo de seus filhos, ia muito à sua casa na Coronel Mundico Sá, antiga rua do Hospital. Da Hilda fui colega de primário no Grupo Escolar Armando Burlamaqui. Alguns perguntarão, por que morando a poucos metros do outro Grupo, o Costa Alvarenga (a distância se resumia à Praça da Bandeira) fui estudar no do largo da Conceição, a Praça Mafrense? A explicação é simples. Minha madrinha e preceptora, Raimunda Mendes da Silva, amplamente conhecida por Mimbom, não abria mão de que eu fosse aluno da insigne mestra Eva das Neves Feitosa, Doninha Feitosa, também musicista (não sei por que se diz músico e o feminino não é música).
Mesmo coleguinha de Hilda, a querida Vida, nome que adotou alguns anos atrás e que lhe cai muito bem, pois conheço poucas pessoas mais cheias de vida que ela, tenho pra mim que o rebento da minha idade é João Euclides. Mas, veja como são as coisas, este já tinha mais afinidade com meu mano Toscano, quase três anos mais velho do que nós. E eram muitas, sendo a maior o gosto desvairado por seresta. E João acompanhava ao violão que era uma beleza, herança dos pais músicos. Falta citar Robert, o mais velho, Aidê e Amorim. Os dois primeiros não vejo há muitos anos e, confesso, sinto saudade... Amorim sempre vejo nas minhas idas a Oeiras. Antes de voltar à homenageada, gostaria de dizer mais uma coisa que nos une pra valer, a amizade que sempre existiu entre o velho Zeca Amorim (José Roberto), seu esposo, e meu pai João Burane. Houve um tempo em que trabalharam juntos em caminhão transportando cargas, sobretudo para o Recife, e trazendo no retorno a Oeiras mercadorias para o comércio local. A música também os unia sobremodo.
Com a estimada dona Petinha tive a felicidade de viajar para o exterior, acompanhando os BANDOLINS DE OEIRAS, de que faziam parte ainda minha querida mãe, Lalá, dona Zezé Cabeceira, Rosário Lemos e Antonieta Maranhão, Nieta. O grupo musical foi participar do Festival da TrÃplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai), no ano de 2005. As apresentações foram em cidades fronteiriças a Foz do Iguaçu. Que beleza a apresentação na cidade argentina de Puerto Iguazú (provÃncia de Misiones). Assisti de ângulo privilegiado em mesa na varanda de um restaurante do largo onde estava montado o palco, em companhia do oeirense boa praça Antônio Madeira Barbosa, que nos deu a maior assistência . Pois não é que a queridÃssima dona Petinha, com toda sua jovialidade chega, lépida e fagueira, à nona década de sua proveitosa vida! É uma bênção e alegria muito grande para todos nós que a amamos muito! Que Bom Jesus, o Divino EspÃrito Santo e sua vizinha, Nossa Senhora da Conceição, intercedam pela sua saúde e bem-estar, pois ela é merecedora. Beijos, querida!
(*) Ferrer Freitas e do Instituto Histórico de Oeiras e dona Petinha também