Geral
Oeiras guarda história no museu de arte sacra
Por: Giselle Silva em 10/03/2009 - 00:52
O Palácio João Nepomuceno é uma construção da metade do século XIX, e conhecido pelo nome de Capitão-Mor João Nepomuceno, membro da tradicional família Castelo Branco, seu construtor e primeiro proprietário. Passou depois por compra ou herança, aos Burlamaquis e Ferraz. Posteriormente foi adquirido pela Intendência Municipal, servindo-lhes de sede. De 1929 a 1938 funcionou como Grupo Escolar “Costa Alvarenga” e em 1940 o município de Oeiras doou o prédio para a Diocese. Dos anos quarenta para cá o sobrado foi adaptado às funções de residência episcopal, onde foi transformado uma de suas dependências em Capela, passando a ser chamado de Palácio dos Bispos. Depois de sua restauração pelo Patrimônio Histórico Nacional e Secretaria de Cultura do Piauí transformou-se a sede do Museu de Arte Sacra de Oeiras, sendo inaugurado no dia 11 de outubro de 1984.
A organização do Museu de Arte Sacra está dividida em 05 salas. Na sala 01 intitulada “Sala dos Bispos” estão expostas vestimentas que foram usadas por bispos e sacerdotes em festas solenes, e algumas peças e fotografias que pertenceram ao 1º Bispo de Oeiras Dom Francisco Expedito Lopes, ao 2º Bispo Raimundo de Castro e Silva, ao 3º Bispo Dom Edilberto Dinkelborg e ao 4º Dom Fernando Pânico. Destaca-se nesta sala um quadro com o Ato (Breve Apostólico) do Papa João Paulo II, escolhendo Nossa Senhora da Vitória, como padroeira do estado do Piauí, no dia 16 de julho de 1997.
Na “Sala dos Santos” encontramos várias imagens do século XVIII todas em madeira Policromada, alguns Crucifixos, também vitrines com imagens de vários Santos, oratórios, cofres que eram usados para colocar ofertas na Igreja Matriz, a tradicional Matraca que é usada para chamar os fiéis para a Igreja na Semana Santa. Ainda nesta sala encontram-se Cortadores e Fôrmas de confeccionar hóstias, inclusive uma de ferro do século XIX.
Na terceira sala está a “Sala do Pálio” onde estão guardados uma Bandeira em Linho do Apostolado da Oração do Sagrado Coração de Jesus e vários Estandartes de Imagens de Santos, que antigamente eram usados nas Procissões da Semana Santa e Corpus Christie. Hoje o que torna esta sala uma das mais importantes do Museu é a imagem do Nosso Senhor Jesus Ressuscitado, em madeira Policromada do Século XVIII. Destacam-se ainda nesta sala varas e lanternas de pratas que são usadas nas procissões solenes.
Na sala da “Prataria” é a sala mais importante do Museu. Nela podemos encontrar resplendores, coroas, crucifixos, castiçais, cruzes e alguns objetos usados por ocasião das datas festivas, todas em prata portuguesa do século XVIII.
Na sala 05 está a “Capela” dedicada à memória do Bispo Dom Edilberto Dinkelborg, onde anteriormente os Bispos que ali residiam celebravam suas missas. Nesta sala da Capela encontramos o Altar com a Imagem de Nossa Senhora das Graças, castiçais de prata, Missal. Temos ainda dois confessionários, bancos e um órgão que era tocado durante as missas.
Encontra-se ainda logo na entrada do Museu, a antiga máquina do relógio da Matriz de Nossa Senhora da Vitória. Fabricado em Liverpool, Inglaterra em 1817, trazido de Portugal em um navio e montado em 1823.
O Museu de Arte Sacra de Oeiras funciona diariamente recebendo visitações de alunos das escolas da cidade, como de vários turistas de outras cidades do estado e de outros estados que vêm conhecer a história da Primeira Capital do Piauí.
O Museu de Arte Sacra é o único do gênero no Piauí e foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Desde o tombamento aguarda uma reforma na estrutura física que possibilitará maior segurança e comodidade aos visitantes. No projeto da reforma está prevista acesso através de elevador e a climatização do ambiente. A organização e manutenção do Museu está a cargo da Secretaria de Cultura do estado em convênio com a Diocese.
O Museu está localizado no coração de Oeiras ao lado do Primeiro Templo Regular do Piauí, a Igreja Catedral de Nossa Senhora da Vitória.
Texto: Maria Helena Sousa, especial para o Mural da Vila