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Oeirense faz relato comovente em evento da Sesapi de combate ao suicÃdio
Valdete Silva perdeu um filho de 19 anos há um ano e sete meses para o suicÃdio.
Por: Da Redação em 14/09/2016 - 15:40
 A pedagoga Valdete Silva, 41 anos, fez um depoimento comovente durante café da manhã em evento de combate ao suicÃdio nesta quarta-feira (14). O encontro foi realizado pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) com a imprensa do PiauÃ. Valdete perdeu um filho de 19 anos há um ano e sete meses para o suicÃdio. A pedagoga iniciou sua fala dizendo que a pergunta mais dolorosa para a famÃlia é: "porque seu filho cometeu suicÃdio?".
Ela relata que se incomodou bastante com esse questionamento e chegou a ser grosseira em alguns momentos, retrucando: "Esqueci de perguntar a ele". Segundo ela, o caso ainda enfrenta preconceitos e fez um alerta para que os jornalistas trabalhem o tema e escrevam matérias e reportagens com responsabilidade.
Valdete contou que o filho sofria de depressão, possuÃa déficit de atenção e tomava medicamentos. Ela lembrou que certa vez o filho fez um questionamento a ela: "Mãe, eu tenho tudo para ser feliz, porque eu não sou?".
A pedagoga lembrou às pessoas que o primeiro desafio é ter conhecimento sobre o problema e o segundo é buscar penetrar no mundo de uma pessoa depressiva.
"Eles criam um mundo particular, quem está por perto não acredita que a pessoa vai cometer suicÃdio", explicou.
Ela alertou que é necessária a ajuda de um especialista e que atualmente se vive uma geração de despreparados para encarar o suicÃdio - não apenas o profissional médico, mas toda a sociedade.
"Todo mundo precisa discutir suicÃdio como uma doença do corpo. O corpo adoece, a mente também. O papel é de discussão, não de acusação", disse.
Ela ressaltou que ainda é tÃmido o debate sobre o assunto e que há um tabu e um preconceito sobre o caso.
"Depressão não é frescura, é uma doença da mente e o suicÃdio não é um assunto fácil de lidar, ainda há tabu e preconceitos religiosos. É difÃcil dizer que tem um suicida em casa, isso tudo é carregado de preconceitos e as pessoas tentam buscar um culpado".
A pedagoga relatou que fez questão de dar esse dpoimento para ajudar mães e filhos que sofrem com o problema e lembrou que o filho era bastante alegre, mas quem estava próximo é que sabia das crises.
A Sesapi realiza o evento no Diferencial Buffet, no Centro, onde reuniu a imprensa e apresentou boletim epidemiológico e os trabalhos feitos no combate ao suicÃdio no estado.