
Orgulho de ser oeirense

De 14 a 16 de novembro de 2013 aconteceu o 8º Festival de Cultura de Oeiras. Após algumas edições tumultuadas, com muitas indefinições, adiamentos, denúncias, eis um evento à altura das nossas tradições. Não que em anos anteriores não tenha havido bons festivais. Houve, sim, mas desta vez, em termos gerais, foi bem melhor. Durante três dias um frenesi cultural tomou conta da cidade. Uma vasta programação ocupou praticamente todos os espaços disponíveis: Cine Teatro, Solar das Doze Janelas, Coreto, Café Oeiras, Praça das Vitórias, Biblioteca Municipal, Museu de Arte Sacra, Praça de Eventos, etc. Não foi perfeito, há muito a ser corrigido e aprimorado na próxima edição, mas que deu orgulho de ser oeirense, isso deu. Estão de parabéns, pelo empenho e pelo resultado, a Prefeitura e as secretarias municipais de Cultura e de Educação, e demais órgãos e entidades envolvidas.
Impressionante a quantidade de livros lançados. De Joaquim Copeiro a Dagoberto Carvalho Jr., de Ester Sá a Augusto Rocha, de Albemerc Moraes a Vitória Amélia, um desfile de autores oeirenses em variados estilos e temas. Poesia, Crônicas, Ensaio Científico, Filosofia, Direito, Aventura, Reminiscências, tinha de tudo, inclusive 12 Poetas de Oeiras reunidos por Rogério Newton numa bela coletânea. Mas nem só os autores locais tiveram vez e voz: houve também o lançamento de obras de Wellington Soares, Marleide Lins e Síria Borges, diretamente da Verde para a Velha Capital.
A Praça das Vitórias, antiga Praça da Matriz, transformou-se, na ocasião, na Praça do Livro. Tendas espalhadas pelos canteiros abrigavam contação de histórias, lançamento de livros, teatro infantil, bate-papo literário, mil atividades. Pelos portais coloridos, adentravam a Praça, às dezenas, alunos de escolas públicas e privadas, crianças e jovens, artistas e professores, poetas e escritores... Agitação, alegria, imagens, imaginação. Decoração com material reutilizável, livros pendentes das árvores, lendas dependuradas nos postes, poemas expostos nos jardins... Se a Praça já era das Vitórias, agora mais ainda: além das vitórias da Fé e da História, a vitória da Cultura.
Na música, artistas aos borbotões fizeram a festa. Bandolins de Oeiras, Novos Bandolins, Beletristas, Bella Dona, Ostiga Jr., Ellen Oléria, Aurélio Melo e Coral Vozes de Oeiras, Coral Infantil da Cidade, Vanda Queiroz, Vanúsia Marques, Valor de PI Radiola de Ruah, Clã Brasil, alunos da Fundação Dom Edilberto, Karine, Oswaldo Montenegro... E a música trouxe a dança, o folclore, a cultura de raiz: Capoeira, Congos, Hip Hop Zumbi King’s, Grupo Mocha e Tambores do Rosário.
E não para por aí: teve teatro amador, café colonial, oficinas, tributo a Dr. Tarso, teatro de bonecos, sessão da Confraria Eça-Dagobertiana, palestras, ecoturismo, visitação aos pontos históricos... A Velha Urbe fervilhava com a presença de turistas, “filhos ausentes”, muita gente da cidade e do interior, e ficou patente que Oeiras, se por um lado é ávida consumidora, por outro lado é pródiga produtora cultural. Cultura local com sotaque universal. Que assim seja sempre e cada vez mais!