Festa “Tardezinha da Lagosta” é cancelada devido a portaria estadual que estabelece a “Lei Seca”
28/09/2024 - 09:55As pessoas que já compraram ingressos deverão procurar o posto de venda onde realizaram a compra para obter o devido ressarcimento.
No tranquilo povoado de Extrema, sob os céus do município de Cristino Castro, despontou em 29 de novembro de 1935 uma pequena que carregaria consigo um nome de ressonância magnífica: Feliciana Torres Pais Landin. Nesse rincão, seu destino entrelaçou-se ao de José Honorato Paes Landim, desenhando os contornos de uma história que floresceu na década de 50 do século passado. Dessa união, emergiram quatro preciosidades denominadas Jandira (in memoriam), Jancira, José Filho e Josafá Torres, como pétalas coloridas de um jardim familiar em constante desabrochar.
Já na década de 60, os caminhos da vida a trouxeram para Oeiras, onde, graças à sua dedicada atuação como parteira, conquistou o carinhoso título de MÃE DUCA. Este nome ressoava nos lares do bairro do Rosário e em toda a cidade, como um farol que guiava a chegada de novas vidas. Em suas mãos, mais de duzentos partos foram testemunhas da magia de uma mulher que desenhava o início de histórias, entrelaçando fios de experiência e ternura.
Mãe DUCA, uma das precursoras a desbravar o terreno do posto de saúde do bairro do Rosário, desempenhou seu papel com devoção durante quase três décadas. Sua presença era um raio de sol, carregando consigo a alegria e um sorriso que se tornaram marcas registradas. Elegante por natureza, preferia vestir-se com primor, desfilando por entre as ruas com uma sandália de meio salto, deixando sua marca de estilo inconfundível.
Amiga leal, conselheira sábia, Mãe DUCA era uma mulher à frente de seu tempo, moldando o presente com a sabedoria de quem compreendia as nuances da vida. No bairro do Rosário, construiu laços fraternos, sendo mãe não apenas de seus filhos, mas também de afilhados que a profissão lhe presenteou.
Parteira de mão cheia, despediu-se deste plano terreno em 30 de março de 2017, deixando-nos a saudade de uma mulher que escreveu, indelevelmente, páginas da rica história da primeira capital do Piauí.
Seu filho, o radialista Josafá Torres, transformou a emoção em poesia e a melodia em uma canção, uma homenagem singela à mulher que foi além de sua época, uma heroína que deixou um legado eternizado nas melodias da vida.
DEBAIXO DO JUAZEIRO
Foi um tempo muito bom.
Quando vivia com ela.
Ela era toda minha.
Eu também era só dela.
De repente tudo muda.
Não sei o que aconteceu.
Só queria ela agora.
Aqui " dejuntinho" d'eu.
Aqui nesse sombreado.
No meu colo ela sentava.
Eu sendo amado por ela.
Ela, por mim , sendo amada.
De repente tudo muda.
Não sei mais o que fazer.
Vou agora envher a cara.
Minha vida é só beber.
Debaixo do Juazeiro.
É que sinto a sua falta.
Debaixo do Juazeiro.
Eu afogo minhas mágoas.
Debaixo do Juazeiro.
Eu me lembro só de ti.
Ai, meu Deus como eu queria.
Mãe aqui perto de mim.