
Só mesmo muita vontade de servir, justifica a humilhação de Francisco Guedes

Por Zózimo Tavares
O PT ganhou a queda de braço com o governador Wilson Martins pela indicação do novo secretário de Assistência Social e Comunitária (Sasc). Quem vai assumir mesmo o cargo é o agrônomo Francisco Guedes, no primeiro momento vetado publicamente pelo governador. Além de vetar o nome do petista, Wilson ainda exigiu do PT uma lista trÃplice para escolher o secretário.
O tempo passou, a poeira baixou e o PT emplacou Guedes na Sasc. A posse será hoje. Ex-presidente da Codevasf e ex-diretor do Interpi e do Emater, nos dois governos de Wellington Dias, Guedes vai para a Sasc em substituição ao suplente de deputado João de Deus Sousa, convocado em fevereiro para assumir o mandato na Assembleia Legislativa.
O PT fez a vontade do governador e preparou uma lista trÃplice. Dela constavam os nomes do próprio João de Deus, do professor Sérgio Vilela e de Guedes. Mas daà passou a trabalhar o nome de Guedes. O próprio senador Wellington Dias participou das articulações. Ele é muito próximo do novo secretário.
Ontem, Wilson justificou que aceitou o nome de Francisco Guedes porque ele demonstrou muita vontade de trabalhar. "Já autorizei a fazer o decreto de posse. Conheço ele há muito tempo e sei que ele tem experiência nessa área. O Guedes demonstrou que está com muita vontade de fazer um bom trabalho", argumentou.
Quando Wilson vetou o nome de Guedes, esclareceu que sua atitude não era pessoal, mas polÃtica. Ou seja, era apenas para avisar ao PT que quem mandava no governo era ele, Wilson.
Há que se destacar, agora, o espÃrito altruÃsta do novo secretário da Sasc. Só muita vontade de servir ao governo justifica o ato do cidadão de aceitar a Secretaria depois da humilhação pública que sofreu, ao ter seu nome vetado pelo governador.
Da parte do governador, só muita necessidade do PT justifica ele engolir as próprias palavras e aceitar em sua equipe um secretário cujo nome ele não queria. Que mandinga o PT terá feito para virar a cabeça do governador?
*Zózimo Tavares é editor do Jornal Diário do Povo