
Um quase centenário

(*) FerrerFreitas
Vai firme, leve e fagueiro para 100 anos o oeirense Joaquim de Alencar Freitas, último neto ainda vivo do Padre José Dias de Freitas (pároco de Oeiras de 1872 a 1906), que vem a ser meu trisavô, já que pai do bisavô (Silvino) e, pra mim, pai do "bi" é "tri". Fez Joaquim, há poucos dias, noventa e oito e, pelo andar da carruagem, vai ao centenário,se é que já, por somente dois, não o consideremos. Talvez tenha sido meu pai, João Burane, enquanto vida teve, seu parente mais chegado. Eram primos em segundo grau. O genitor, o grande artista plástico e músico oeirense Burane, era sobrinho da mãe de Joaquim, Maria Amélia, Maroca, como era mais conhecida de todos. Evidentemente que o fato de nossas famÃlias residirem bem próximas, na Praça da Bandeira, contribuiu para isso. A idade também, pois a diferença entre os dois é de apenas dois anos. Em 2013, o "cabeça de tacho areado" , apelido de uma fidelidade a toda prova de meu pai, por conta de seu cabelo acobreado, fará 100 anos. Lembro dele todo dia que Deus dá! Alegre, quando tomava um "dreher" a mais. Triste, se algo afetava, por breve que fosse, sua famÃlia.
Voltando a Joaquim, merece ser dito que ele foi, sem nenhuma dúvida, um efetivo colaborador do irmão Mário em seus negócios, responsável, em parte, pelo seu desenvolvimento empresarial. Sua vida sempre foi de casa para o trabalho. Não lembro dele em bailes, festas e rodas de conversas. Apreciador contumaz de uma cervejinha, não faz muito tempo o via pegando uma (de cada vez, é bom que se diga) no Café Oeiras, isso à noite!Levantava da cadeira na calçada de casa, por vezes sem camisa para espantar o calor com a brisa que vem do Leme, e ia até a balaustrada que separa o famoso bar, pedir uma gelada.
Desnecessário falar da ligação dos de lá de casa (irmãos) com seus filhos e a estimada Doralice, também prima de meu pai, só que em primeiro grau ou, como se diz, legÃtima. Mas, peço vênia à maioria para mencionar Vitória, Vitorinha, que mora em Vitória, capital do EspÃrito Santo. Mais do que prima e vizinha de infância, um pedaço de todos. Da mana Afonsina nem se fala! E fico por aqui pra não morrer de saudade, mesmo tendo dito um poeta que não se morre de saudade, vive-se!
(*) Ferrer Freitas é colaborador do Mural da Vila