
Centro de Convivência do Idoso de Oeiras promove recadastramento
17/02/2025 - 19:06O recadastramento é destinado a todos os idosos que frequentam o Centro de Convivência
Mural da Vila - Depois de algumas tentativas, a senhora foi eleita com uma expressiva votação para a Câmara Municipal de Oeiras. O que fez com que a senhora fosse uma das vereadoras mais votadas?
Margarett Carvalho - Desta vez acho que o povo reconheceu o meu trabalho, a sinceridade, a mulher amiga de todas as horas, Oeiras sabe que eu sou honesta nos meus princípios... Sempre lutei pelos mais necessitados, tenho serviço prestado há 33 anos no Hospital Regional Deolindo Couto, sempre fazendo 0 bem quando nem sonhava em entrar na política, e ingressei na vida publica pensando justamente em aumentar minhas condições de ajudar o povo de Oeiras.
MV- Após um ano como vereadora, houve alguma decepção com a função?
MC - Sim. Foram varias as decepções, principalmente porque luto pelos direitos do povo, e isso tem sido minoria aqui na Câmara. Ainda estou muito magoada com o episódio dos Agentes de Saúde e dos Professores. Mas a nossa luta continua.
MV - Até o momento, qual é a maior dificuldade encontrada na função do vereador?
MC - Eu penso sempre na cidade, infelizmente meu voto é só um... se eu pudesse tudo que fosse de melhor para Oeiras, para o nosso povo eu aprovaria.. me sinto enfraquecida quando os benefícios para Oeiras são vetados.
MV - A senhora é conhecida pelo seu trabalho assistencial e também na área esportiva. Tem algum projeto nessas áreas?
MC - Tenho guardado... ainda não coloquei em pauta, tenho medo de mais uma decepção...parece ter sido um azar... quando fui eleita estou sem o poder executivo ao meu lado.
MV- Trabalha no Hospital Regional, foi secretária de esportes, sua casa tem as portas abertas 24h. O que a motiva?
MC - O carinho, o reconhecimento e gostar de servir. Durma e acordo todos os dias pensando no meu povo. Tudo que eu consigo procuro compartilhar, se eu escolhi ser uma pessoa publica, então não me escondo dessa responsabilidade.
MV- Ainda existe algum preconceito com a mulher política?
MC - Não sinto. Não sei se é porque em Oeiras as pessoas me conhecem e sabem que não admito nenhuma forma de preconceito, mas sempre me senti respeitada, e busco a cada dia mais garantir o meu espaço.
MV - Como a senhora foi recebida na Câmara Municipal pelos outros vereadores?
MC - Muito bem. Apesar de ser a primeira vez eleita, eles já me conhecem, sabem do meu trabalho, do meu modo de ser, nenhum teve coragem de medir forças comigo ( risos)
MV - Sabemos da dificuldade de ser oposição numa cidade pequena, onde a maioria das pessoas tem elo com a Administração Pública, seja de emprego ou não. Vereadora, o que o sra. acha que falta à população de Oeiras, para contribuir com um Legislativo mais eficiente?
MC - Independência financeira. Nossa população como você mesmo disse, depende de mais da prefeitura, dos empregos e ajudas, e muitos ainda se calam por terem medo dos sobrenomes e poder, não aprenderam ainda a lutar pelos seus direitos.
MV - Uma recente pesquisa com as pessoas nas ruas de Teresina perguntou porque a comunidade não comparece as sessões da câmara, o que também acontece aqui em Oeiras. Faço a mesma pergunta para você: Por que as pessoas não comparecem as sessões da câmara?
MV - Por não conhecerem a importância de acompanhar as atividades do legislativo, inclusive dos representantes que escolheu para estar aqui.
MV - Qual a sua avaliação da administração municipal, e o que a senhora espera do poder executivo?
MC - Não dá pra avaliar nada, só se avalia quando se faz algo, a cidade ta parada, o povo foi esquecido, as promessas de campanha não foram cumpridas. Um ano se passou e nada aconteceu. O povo de Oeiras não merece tanto sofrimento.
Juro esperar que o nosso prefeito faça uma boa administração, afinal de contas, como ele mesmo usou na campanha, o governador e o presidente estão ao seu lado, espero que em 2010, as coisas saiam do papel e da conversas, já passou da hora de agir.
MV - Na sua visão, fazendo uma análise em todos os principais pilares da atuação executiva, Educação, Saúde e Recursos. O que melhorou e o que piorou em nossa cidade?
MC - Melhorou. Vieram mais recursos.
Piorou. Postos de saúde fecharam, atendimento médico-odontológico no interior não existe (as comunidades que eu tenho uma maior ligação há 1 ano não recebeu esse serviço), os encaminhamentos de tratamento fora domicilio (para Teresina) não existe.
Educação. Desestruturou o ensino médio da Várzea Tranqueira (acabou com 3º ano e o 1º e o 2º, funciona apenas duas semanas por mês), o que me preocupa é que o interesse as secretaria é acabar com esse ensino médio, trazendo-o para a cidade, só que eles não sabem que aí estudam mães de família que não poderão se deslocar para a cidade. Fecharam as escolas no Carnaubal, Mororós e várias outras... eu acho que deveríamos era aumentar a quantidade de escolas e estruturarmos as que temos, não existe explicação para fechar escolas.
MV - Oeiras é uma das cidades do Piauí com maior número de portadores do HIV. A senhora vive essa realidade de perto e foi pioneira no movimento de combate a Aids em Oeiras. A que a senhora atribui o crescente numero de pessoas contaminadas em Oeiras?
MC - Falta de utilizar os recursos destinados para o trabalho de conscientização, prevenção, as pessoas precisam se informar mais, esse ano não vi mais movimentação de visita às escolas, precisamos incansavelmente, sempre e em todo lugar conscientizarmos...
MV - Sabemos que a senhora tem em sua família alguns membros com sérios problemas de saúde. Como a senhora concilia o trabalho de vereadora, funcionária do Hospital Regional e ainda ter que cuidar da família?
MC - Você esqueceu de mencionar que eu ainda tenho três filhos (crianças menores de 14 anos). Como eu costumo dizer, eu sou 10 e valho por 100. tudo o que vem lá de cima eu recebo de braços abertos e em tudo em consigo dar um jeitinho.
MV- Quem é a Margarett Carvalho, pessoa comum?
MC - Guerreira, amiga, sincera, prestativa, desprovida de qualquer preconceito, feliz, fiel, realizada, honesta... como dizem “ sou madrinha e mãe”. Como sou sua.
MV - Um dia quando você deixar a vida pública como gostaria de ser lembrada?
MV - Gostaria de ser lembrada pela contribuição que dei para o crescimento de Oeiras e de seu povo. Pois por onde eu passei procurei fazer a diferença, conquistando amigos, mudando a realidade para melhor, mostrando a minha capacidade, minha disponibilidade, empenho, pois tudo o que faço e onde estou, vejo com se aquilo fosse meu, por isso que tenho tanto zelo pelo Hospital, pelo Petty Park, ´pelo Estádio Gerson Campos e tantos outros espaços que passei, pois as pessoas precisam aprender a cuidar melhor do que é publico, por ele é que é nosso.
Entrevista elaborada por Lameck Valentim