
Câmara de Oeiras aprova lei que reconhece e incentiva a prática da capoeira
01/07/2025 - 15:51Projeto estabelece diretrizes para valorização, proteção e promoção da capoeira no municÃpio
Palavra tantas vezes repetida no discurso vitorioso de um então recém-empossado presidente brasileiro, a esperança é o único sentimento comum aos moradores de uma região em que a água é artigo de luxo e sobrevivência. Num lugar como este, de realidade tão dolorosamente áspera, se desenrolam as primeiras cenas de Lula, o Filho do Brasil, filme de Fábio Barreto que começou a ser rodado terça-feira em Garanhuns, Agreste de Pernambuco.
Vizinho de Caetés, cidade em que nasceu Luiz Inácio Lula da Silva, personagem principal da produção, Garanhuns foi cenário para o sofrimento - real e fictÃcio - dos atores envolvidos no filme.
Filmando pela primeira vez numa locação do Nordeste, Glória Pires, que interpreta dona Lindu, mãe de Lula,dividiu com sete crianças - os atores que vivem o futuro presidente e seus irmãos - as desventuras agrestes.
"Eles estão andando descalços na pedra, se acostumando a entrar nos barreiros sujos, bebendo água no mesmo lugar em que bois e cabritos bebem. Foi duro, mas emocionante para todos", conta o diretor Fábio Barreto. As filmagens em Pernambuco seguem até hoje e amanhã a equipe começa a rodar em São Paulo. O lançamento está previsto para setembro.
As primeiras cenas mostram as dificuldades da infância de Lula. "Aos 3, 4 anos, ele andava seis quilômetros para pegar água, matava calango para comer, quase foi morto por escorpião. São cenas muito fortes. Hoje (ontem), fizemos a seqüência em que a famÃlia parte de pau-de-arara. Uma mãe sozinha com sete crianças", explica Barreto, que já espera receber crÃticas.
"Há chance de que pessoas pensem que essa é uma peça de propaganda para favorecê-lo eleitoralmente. Mas é um risco que vou correr. Tenho uma bela história nas mãos, de um homem que estava fadado ao fracasso e chegou onde está."
Barreto acredita, no entanto, que a fama mundial de Lula possa contribuir para a repercussão internacional do filme. "Pode escrever: ano que vem eu estou lá no Oscar, e desta vez eu trago essa estatueta", aposta o diretor, indicado como Melhor Fime Estrangeiro em 1995 com O Quatrilho, que também tinha a participação de Glória Pires.