Artigos
O Valor afetivo
Po Carlos Washngton
Por: Da Redação em 29/08/2021 - 11:50
Por ocasião da Festa do Divino deste ano (2021) em Oeiras, ali compareci com a minha família!
Lamentamos, imensamente, que a pandemia tenha nos trazido diversas restrições, já conhecidas de todos.
Atendendo aos pedidos das filhas, resolvemos nos hospedar, no sábado, em um dos hotéis da cidade.
No domingo, após a missa matinal, aliás, muito emocionante, sentimental, e de profunda reflexão, retornei para a hospedaria.
Ali, almoçamos, conversamos com alguns amigos, e repousamos, pois que, no dia seguinte (segunda-feira) retornaríamos para a Capital do Estado do Piauí (Teresina).
Na manhã do dia de regresso, depois do café da manhã e, em meio àquela correria de compras de última hora (mel, tapioca, bolo corredor, petas, etc.), percorremos alguns estabelecimentos para compras de suprimento das “necessidades” não encontradas na Capital. Depois do check out (fechamento da conta, saída), e bagagem no carro, seguimos viagem para Teresina, via Floriano, por considerarmos a estrada mais tranquila pra volta, depois de um feriado prolongado!
Escravos das redes sociais que somos, na primeira oportunidade, depois de uma parada estratégica, constatamos que o meu “adorno peitoral” não mais estava completo! Sem pestanejar e, aproveitando que dispúnhamos de sinal de telefonia, liguei para o hotel e comuniquei a perda de um objeto, no que fui, prontamente, atendido e se dispuseram a buscar referida perda.
Continuamos a viagem, agora, com o coração esvaziado pela ausência de um objeto! Não um objeto comum!
Durante o deslocamento, a gerência me informou (telefone) que já haviam “vasculhado” o apartamento onde nos hospedamos, mas, infelizmente, não encontraram o objeto desaparecido. Insisti para que procurassem um pouco mais, pois se tratava de uma lembrança... Não adentrei em pormenores, vez que as comunicações telemáticas se tornam cada vez mais prejudicadas com os deslocamentos geográficos.
Por alguns momentos, releguei o assunto!
Insatisfeito com os meus desempenhos memoriais, decidi fazer uma análise retrospectiva, repisando os meus últimos passos na cidade conhecida como a Capital da Fé, que tem como uma das maiores procissões, a “dos Passos”!
Lembrei-me de que o “adorno” já necessitava de um reparo e, por única vez, adotara a providência! Mas, já se havia decorrido certo tempo...
Decidi, então, esquecer o episódio e, consequentemente, o “adorno”!
Eis que, no “Dia dos Pais”, veio-me uma grande emoção e a lembrança do objeto perdido! Rememoro...
Depois do falecimento do meu pai – Miguel Ângelo Machado (apelidado por nós de Billy) – minha mãe (Maria de Jesus da Silva Machado, chamada por meu pai e muitos entes queridos, de Nenê), chamou-nos aos filhos e nos apresentou uma correntinha com um pingente e nos ofereceu (aos filhos homens: eu, Cláudio, Clésio, Celso e Charlie), pedindo o compromisso de bem usar aquela lembrança “em nome do pai de vocês!”. Ela presenteara ao meu pai com tal joia, por tal motivo, o objeto representava muito para nosso pai!
Por ser o primogênito, coube-me ostentar aquela dádiva, representada pelo colar (cordão) e pingente (medalha da face de Cristo).
Agora, sentia-me incapacitado por não ter cuidado de um objeto, aparentemente, tão inexpressivo! Mas, “favas contadas”, o objeto estava perdido! Página virada...
No último dia 08 (08/08/2021), comemoramos o “Dia dos Pais”...
Ao despertar, e não visualizar, a “face de Cristo” em meu peito, senti um grande vazio! Não pelo objeto! Pela lembrança de meu pai! O cordão “divorciado” do pingente deixava aquele domingo menos festivo!
Aconselhado por minha mãe, procurei comprar novo pingente. Retruquei que não teria o mesmo significado! De fato, e ela concordou!
Enfim, o valor monetário da joia é muito inferior ao valor sentimental, afetivo!
Conforta-me saber que a lembrança de meu pai não se apagará da minha mente e do meu coração.
Carlos Washington