
Grupo Arte Sertão apresenta “A Paixão de Cristo” nesta quarta-feira, 16, em Oeiras
15/04/2025 - 17:22Espetáculo será encenado também em Várzea Grande e Colônia do Piauí nos dias seguintes
O professor Júnior Vianna reuniu amigos e familiares, na noite desta sexta-feira (27), durante o lançamento de seu primeiro livro, Mosaico da Vila. O evento aconteceu no Espaço Cultural Café Oeiras e foi bastante prestigiado.
“Publicar um livro não é coisa fácil. Quando só se tem a cara e a coragem, muitas portas se fecham. Ai, é preciso pular as janelas da vida e teimar, ser ousado e ser apresentado. Hoje, meu codinome é: apresentação. Um negro apresentado, que fez do sonho, realidade”, disse o historiador Júnior Vianna.
O cerimonial da noite foi conduzido pelo jornalista Jadson Osório e Conceição Segunda, e a apresentação do livro foi feita por Lameck Valentim e José Amilton.
A atração musical da noite, a cantora Flavenides Santana, arrebatou a plateia presente e fez todo mundo dançar ao som de seu eclético repertório.
Mosaico da Vila é fruto de pesquisas, estudos e impressões de Júnior Vianna sobre Oeiras.
A obra ficará a venda no Instituto Gandhi.
Leia o texto de Júnior Vianna na apresentação de Mosaico da Vila:
No livro Alice nos País das Maravilhas, meio que desnorteada ela pergunta ao Gato de Botas que caminho seguir. Sem titubeios, o gato responde: que não pra onde ir qualquer caminho serve. Ao contrário de Alice, eu sempre soube aonde ir, por isso aqui estou! Pois, como disse Chorão do Charlie Brown Jr: “Na minha vida tudo acontece Mas quanto mais a gente rala, mais a gente cresce”.
Publicar um livro não é coisa fácil, quando só se tem a cara e a coragem, muitas portas se fecham. Ai, é preciso pular as janelas da vida e teimar, ser ousado e ser apresentado. Hoje, meu codinome é: apresentação. Um negro apresentado, que fez do sonho, realidade. E isso não basta, o jogo está apenas começando e como disse Lulu Santos: “eu não nasci pra perder”.
Num país onde a leitura é tratada como elemento de segunda categoria, tem que ser muito ousado em pensar lançar um livro de maneira independente. É arriscar sem ter medo de ser feliz. O meu livro não é resultado de vaidade, nunca foi. É resultado da coragem e acima de tudo, do meu amor inconteste. Foram anos de espera, mas na esperança de que um dia tudo virasse realidade. Pois num é que virou! E isso devo, não aos amigos importantes, pois estes eu não tenho, mas sim, por dar importância aos amigos.
O livro foi idealizado quando ainda morava em Teresina, numa tentativa de manter-me perto de Oeiras. Lá estão muitas coisas: poesias, reflexões, contos, fotos e crônicas. Pensei em reuni-los juntos e misturados, foi ai que alertaram-me: era preciso escolher um só gênero e optei pelas crônicas. Eram bem mais, mas fui reduzindo e deixando aquilo que tem haver com Oeiras, era um livro bem mais grosso, mas pensei, não quero esse livro como enfeito de estantes, quero que ele seja devorado como cupins devoram a madeira. Pensei: o livro esta caro, mas repensei é preciso dar valor ao sentimento. Esse livro é sentimento puro, podem acreditar! Não usei uma linguagem difícil, conheço pessoas que gostam de falar difícil pra impressionar, prefiro a comunicação e o entendimento, afinal, não se ama o que não conhece. É preciso falar a mesma língua. Preferi algo compacto para provocar a leitura, pois tem muita gente que não compraria um livro mais volumoso. A vantagem é que também fica um gosto de quero mais para uma próxima publicação.
Vivemos em um mundo novo, de transformações e de modismo, valorizar as coisas passadas é um desafio muito grande, a geração atual é mais face e menos book, aqui está o meu book, na face de vocês. Como disse Jorge Amado: “Pode haver muita deficiência no livro de um jovem, mas haverá também nele uma coisa fundamental - a força da juventude”, por isso recorri a um cara genial, um talento, chamado Evandro Veras. Um menino homem ali da Rua do Fogo que poeticamente fez Oeiras em imagem. Evandro é uma das maiores promessa da arte de nossa cidade.
Quero agradecer aqui todos os amigos. Não vou citar nomes porque posso pecar pelo esquecimento. Agradecer todos que estão aqui para compartilhar esse momento de alegria. Sem mais demoras, encerro do mesmo jeito que iniciei, citando Chorão: “História, nossas histórias...Dias de luta, dias de glória”.