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Escola passa por reforma há um ano e 400 alunos se revezam em salas improvisadas
Enquanto as obras não terminam, alunos assistem aulas em locais com condições precárias .
Por: Da Redação em 09/08/2017 - 09:07
Cansados de esperar há mais de um ano pela conclusão da reforma da escola estadual 'Dr. José Gusmão', em Colônia do Piauí, alunos, pais e funcionários iniciaram uma mobilização, denunciando a demora da obra e também as condições precárias das instalações provisórias para onde foram destinados os mais de 400 estudantes da unidade (manhã, tarde e noite) desde a interdição do prédio para a execução da obra; são casas e armazém alugados até próximos a bares, prejudicando as aulas por conta dos barulhos.
A mãe de um dos estudantes, Gardênia Pereira, e também professora, descreveu a situação como dramática diante dos espaços absolutamente inadequados, com destaques para os banheiros improvisados e também a falta de utensílios, como pratos, copos e colheres. A mãe e a direção da escola tem promovido grandes cobranças junto aos responsáveis, desde a 8º GRE, em Oeiras, a qual é submetida a escola, até as autoridades locais e estaduais, porém, segundo Gardênia, a resposta é sempre a mesma: que tenham paciência. A mãe publicou sua indignação na página do Governador Wellington Dias, no Facebook.
Nas redes sociais, viralizaram também imagens do espaço provisório, acompanhadas de textos que relatam a revolta e os esforços de todos ligados à escola, como o desabafo feito pela aluna Lidiane Gonçalves, que faz um apelo às autoridades e população em geral: "Precisamos que alguém tenha piedade e que nos ajude de alguma forma a mudar essa situação", desabafou.

Ainda no texto a jovem destaca o direito do acesso à educação e o risco dos estudantes perderem todo o ano letivo por conta da lentidão nas obras, que foram retomadas há poucos meses.
CONFIRA O TEXTO NA ÍNTEGRA:
O ginásio estadual doutor José Gusmão não é apenas um colégio estadual, um simples colégio, é uma imensa família, e estamos passando por um momento muito difícil, pois estamos sem escola.
Desde o ano passado que nós alunos fomos retirados da escola por conta das más condições da própria, estamos passando por muitas dificuldades. Estudando em salas inapropriadas. Em espaços inadequados. Banheiros improvisados. Fazendo bingo para arrecadar dinheiro para a compra de utensílio para merenda (pratos, copos, colheres, jarras e etc...).
Mais de 400 alunos sofrendo todos os dias, com calor, com falta de salas apropriadas. Com falta de uma escola digna. Como isso nos dói!
Nosso futuro que está em questão. E os nossos representantes não se importam. Prometem, prometem, mas não cumprem. Quando encontramos com o governador ele prometeu que em maio deste mesmo ano a escola seria entregue. Mas não foi cumprido. Pelo contrário as obras pararam por conta de falta verbas. Mas aí eu lembro ele disse que tinha o dinheiro, ai eu pergunto pra onde esse dinheiro foi?
Ele prometeu que iria mudar de empresa para que as obras fossem aceleradas. Mas não fez isso. As obras voltaram, mas estão muito devagar, apenas três funcionários estão trabalhando na obra e não têm condições de fazerem uma escola.
Cobramos agilidade na obra. Necessitamos. Pois corremos o risco de perdermos o ano letivo por conta de governantes que não importam com o futuro de mais de 400 jovens e de professores, pais, de funcionários que também trabalham naquela escola. Uma escola, estudar nela é o sonho de muitos jovens dessa cidade. Mas está sendo adiando por falta de compromisso do governo com a população. Queremos uma escola de qualidade. Queremos uma boa educação. Queremos ter um futuro melhor. Mas infelizmente está muito complicado de isto acontecer.
Precisamos que alguém tenha piedade e que nos ajude de alguma forma a mudar essa situação. Estamos pra ser despejados do lugar onde estamos tendo aula, pois o aluguel nunca foi pago.
Indignação.
Revolta.
Sonhos que talvez não se realizem. Jovens que não têm uma escola de boa qualidade.
A educação é um direito garantido pela Constituição Federal. Logo em seu art. 6º, o documento jurídico mais importante do nosso país diz que a educação – juntamente com a moradia, o trabalho, o lazer, a saúde, entre outros – é um direito social. Ou seja, não é um favor do Estado para as pessoas. Pelo contrário, como é entendida como um direito, a educação pode e deve ser exigida dos órgãos competentes quando esse direito for violado ou desrespeitado. É nosso direito social que, estão garantidos na Constituição Federal. Infelizmente, a falta de compromisso com o povo é uma realidade que afeta nosso país. "Os saqueadores da Educação".
Queremos uma boa educação






