Ministro afirma que não há justificativa para greve nas universidades

O ministro da Educação, Camilo Santana, informou hoje que o governo está em constante diálogo com todas as categorias e considera infundada a greve dos servidores e professores das universidades federais. A previsão é que as atividades sejam retomadas nesta semana.

Camilo Santana afirmou: "A greve é desnecessária. Ela ocorre quando não há diálogo, quando se atinge o limite das negociações. Ao lembrar que no governo anterior não houve reajuste, Santana ressaltou as medidas tomadas no início do mandato do presidente Lula, que concedeu um aumento de 9% aos servidores, mais do que o dobro da inflação. Inicialmente, o governo pretendia conceder 4,5% anualmente durante quatro anos, porém antecipou os 4,5% de 2024 para 2023, considerando os anos sem reajuste", disse em entrevista à Agência Brasil.

O movimento grevista dos professores universitários, liderado pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), atinge 64 universidades desde abril. Uma nova proposta dos ministérios da Educação (MEC) e da Gestão e Inovação em Serviços Públicos está em análise. O Andes pediu que os professores realizem assembleias locais até sexta-feira (21).

Há insatisfação com o reajuste zero anunciado para este ano, porém, o Andes avalia que as negociações avançaram devido à pressão do movimento grevista. A última proposta inclui recomposição parcial do orçamento das instituições federais, reajuste de benefícios e aumentos salariais de 9% em 2025 e 3,5% em 2026.

Os servidores técnico-administrativos também estão em assembleias nesta semana. A paralisação atinge 68 universidades, motivada pela redução de investimentos, falta de reestruturação do plano de carreira e congelamento salarial. Consideram a última proposta recebida, que envolve aumentos de 9% em 2025 e 5% em 2026.

O ministro afirmou que o governo tem atendido às demandas das categorias e considera as negociações recentes como vitórias para os servidores universitários. Santana apontou que nunca antes uma proposta com ganhos reais tão significativos havia sido apresentada aos servidores.

Quanto ao Enem, Camilo Santana comentou durante um evento da Unesco em Paris sobre o crescimento das inscrições, destacando o trabalho em curso para ampliação do acesso dos estudantes do terceiro ano à prova, com atenção especial para a desigualdade de participação entre os estados.