
O meu mundo caiu! só porque chamei minha filha de petistinha
A Petistinha 2
Minha santa mãezinha tem muita sabedoria. Esta foi a única herança deixada pelos pais, retirantes da seca do Ceará. Ela diz sempre, por exemplo, que palavras ruins não devem ser pronunciadas nunca. E explica: as palavras têm muito poder. Pra se ter uma idéia, é impossÃvel ouvir da boca de minha mãe os termos "câncer" e "AIDS", por exemplo. Quando ela não tem por onde escapar e precisa tocar nestes assuntos, prefere chamar de "aqueeelas doenças que andam matando o povo".
Eu, que perco o amigo, mas não perco a oportunidade de fazer uma piada, semana passada disse que já tinha notado que a minha filhinha Maria Eduarda, que hoje completa exatos 53 dias de nascida, é uma petistinha de fraldas. Isso porque, quando não tá mamando, tá chorando ou tá cagada. Pra quê? CaÃram nos meus couros foi sem pena. Bateram mais em mim do que em mala velha pra largar a poeira. Foram muitas as manifestações que recebi por e-mail me condenando por ter chamado uma inocente e indefesa de petista. Pra mim, ser petista não é coisa ruim. E eu digo isso porque o que vejo é muita gente querendo ser petista desde criancinha. Mas como há os que pensam que até o nome "petista" é depreciativo, é palavrão, venho aqui, de público, me penitenciar e pedir perdão à minha bebezinha.
Um eleitor inveterado
Sou um simples eleitor e a mim só resta, além do direito que tenho de escolher os governantes com o meu voto, o direito de fiscalizar, criticar e tentar acertar quando a outra eleição chegar. Ou, como se diz no popular, exercer o meu direito de espernear. Sim, porque toda vez que eu voto, fico com a impressão de que errei de novo.
E não há animal polÃtico mais apaixonado do que eu. Por mim, eu votava todo dia. Pra você ter uma idéia do tanto que eu gosto de votar, eu tô achando é bom que o Big Brother começou de novo e agora vou poder me enterter e passar a semana votando pra um ficar e o pro outro sair da casa. Quando começar os paredões, aà é que vai ficar bom mesmo. Então, fico feliz de que mal tenha acabado as eleições de 2008 e já passemos a nos ocupar em discutir as eleições de 2010.
A Favorita
Só lamento é eu não poder votar também nas eleições para a presidência do Tribunal de Contas, para as eleições da mesa da Câmara Municipal, da Assembléia Legislativa, da Câmara dos Deputados e até do Senado. Ah, se eu pudesse!
Para as eleições da mesa diretora da Assembléia, por exemplo, neste ano, o Themistim vai comer bem molim a re-reeleição para presidência. Siribolo grande tá é na eleição do vice. Estão na briga os petistas Flora (que é bem boazinha, diferente da Flora da novela A Favorita) e o CÃcero Magalhães. Se eu pudesse votar pra escolher, eu ia votar no Magalhães. Vou demais com a cara dele. E de graça! Deve ser porque, quando eu olho pra ele, morenim que nem eu, baxim, gordim, com o pescoçim curto, enforcado numa gravata que nem o Marechal Castelo Branco, me vem no juÃzo que eu tô olhando impriauzim pra uma garrafa de uÃsque Old Parr.
Eu acho que a Flora Izabel também não pode dar uma de potassa ou de terra de cemitério, que come tudo sozinha. Pra não ficar com a fama de má que nem a Flora da novela deveria era aberar e dar uma chancezinha pro Cicim.
Na espera
Eu, enquanto amolo o facão pra votar nas eleições de 2010, fico calculando: em quem meu Deus, pela hóstia, eu vou votar pra governador quando a hora chegar? Na oposição, olho, olho, olho e não vejo saÃda. Os potenciais candidatos estão todos dentro do governo. E quando olho para eles sabem o que eu vejo, com estes meus zoim de pato gozando? Vou dizer.
Olho para o Antônio José Medeiros, que foi o deputado federal mais votado nas ultimas eleições, e vejo que ele abandonou o mandato parlamentar pra vir, exclusivamente, cuidar da campanha dele para ser governador. O comitê é o gabinete da Secretaria de Educação.
Espio o Antônio Neto, da Fazenda. Ele está se apresentando como o candidato que vai continuar o projeto de desenvolvimento do estado. Que projeto? Este projeto aà é como a "Conceição", do Cauby Peixoto, "ninguém sabe, ninguém viu".
E o João Vicente? Este é dos meus! É empresário, é organizado, é simpático e tem visão de mundo. E foi nele mesmo que eu votei nas eleições passadas para o Senado. Não vou mentir! Só não gastei dinheiro na campanha dele por dois motivos. O primeiro é que o meu é bem poquim vista o dele. E o segundo é porque o Seu João não tava com cara de quem tava precisando. Mas quando eu vi ele votando a favor da CPMF, portanto, contra as forças produtivas do paÃs, pensei: é melhor eu prestar mais atenção neste cabôco!
E o Wilsão? Eu só conhecia ele de nome e de televisão. Mas, no ano passado, depois que ele voltou da China, tive a chance de conhecê-lo pessoalmente, numa confraternização. Pense num sujeito agradável, de conversa envolvente, agregador e cheio de idéias! Um homem desses pedindo voto pra miss é um perigo. Faça o cálculo pra governador! Naquele bem-bom de picanha assada, galinha caipira, cerveja e uÃsque a balde e, o que era melhor, tudo no 0800, eu já com os olhos passando um por cima do outro, enxerguei o homem dum jeito. Mas, quando é agora, fui ver direito. Na primeira chance do ano de nomear uma pessoa para o governo, ele arrochou logo foi o nome do irmão dele pra assumir a Secretaria de Desenvolvimento Rural. Peeense numa ressaca que eu fiquei!
Meu Deus do céu, misericórdia! Me acuda pelas horas que são e pelas sete chagas de Cristo! Será que no dia da eleição, eu vou ter que botar minha melhor roupa, calçar meu melhor sapato e passar a minha melhor loção, pra ir votar num desses homens a� Cruz credo!!