
Quem derrubou B. Sá?

* Por Jota Jota Sousa
Não fui eu, não foi você. Não foram seus tradicionais adversários na política. Não foi “Muchacha” o humilde e inofensivo gari, sumariamente demitido na ocasião. Muito menos foi o Jovem Ricardo, funcionário do SAMU, retaliado pelo mesmo motivo. Tampouco foram os radialistas Josafá Torres, Cleto Rodrigues ou um obstinado Carlão.
Quem derrubou B. Sá não foram os agentes de endemias, perseguidos sistematicamente dia após dia e há cinco meses sem receber seus proventos. Não foram os bravos e resistentes músicos da banda Santa Cecília em igual situação.
Quem derrubou B. Sá não foi essa “Diaba Velha” como assim ele se referiu em programa de rádio, à senhora Lourdes, aquela que sentindo o vil metal queimar-lhes as mãos e o seu caráter e de pronto o denunciou. Não foram seus bravos soldados Cláudio, Rona e Beto com suas desastrosas incursões. Não foram nossos jovens, tão estupidamente ignorados. Não foram nossas crianças, inclusive aquelas que voltam a nos incomodar com suas presenças nas ruas vendendo picolés, doces, salgados, algodões doces. E vou mais longe: Quem derrubou B. Sá não foram os senhores juízes do Tribunal Regional Eleitoral, nem mesmo os magistrados da instância maior.
Somos o resultado do que plantamos. Somos sim, consequências do conjunto de nossas ações. A vida, embora seja um caminhar para frente, muito conta o que vamos deixando atrás de nossos passos. Para entender a queda deste, será preciso retroceder no tempo e voltar ao inicio dos anos oitenta, quando entre acurados verbetes e desnecessário preciosismos ele chegou à Prefeitura Municipal de Oeiras. Como não lembrar de suas primeiras ações?... Primeiro convocou alguns seguidores e com enxadas e picaretas em mãos, adentraram no estádio municipal Gerson Campos e ali construíram uma horta e por muito tempo na arena principal do futebol oeirense cresciam tomates, pimentões, cebolinhas... Curiosamente numa cidade com incontáveis áreas vazias. Em seguida, com estes mesmos seguidores quebraram a bela praça das Vitorias para reconstruí-la à sua maneira. Não aceitava opiniões. Oeiras tinha a frente do seu destino um homem petrificado de certezas e da autosuficiência. Ai daquele que ousasse dele discordar. Não demorou aparecer suas vítimas: O primeiro foi Heráclito Fortes que o ajudara em sua caminhada à câmara federal; não respeitou o carismático e lendário Dr. João Nunes e seu filho Bena; em seguida ignorou a história e o potencial de Dr. L. Nunes, Dim Sá, seu irmão, sentiu na pele o que é contrariá-lo e chegou a lançar candidatura de protesto; Não tardou muito e ele investiu contra o Dr. Marco Santana, desdenhando em seguida dos anseios políticos do Dr. Deolindo Ferraz; alijou sem dó o Sr. Walburg Ribeiro; Se dormia um dia sob a bandeira de um partido, no dia seguinte acordava sob a flâmula de um outro, independente de ideologia. Nunca um político experimentou tantos partidos em tão pouco tempo de carreira
Portanto, foram as pedras por ele atiradas em seu curto trajeto, uma a uma, que formaram esta terrível avalanche que agora desabou sobre sua própria cabeça.
São fatos!
*JOTA JOTA SOUSA