
Tristeza profunda

(*) Por Ferrer Freitas
Oeiras está de luto. Faleceu na última quinta-feira, 8 de outubro, a grande oeirense Rita de Cássia Campos. Falar de seu amor à primeira capital seria ocioso. Ressaltar aqui nossa amizade ,nem se fala. Prefiro transcrever trechos de crônica que a ela dediquei no transcurso de seus 70 anos, há 7 passados. Pra mim diz tudo! Senão vejamos:
“Acho que homenagear a caríssima Rita de Cássia Campos. Rita Campos, ou ainda Ritinha, é tarefa que se impõe em qualquer tempo. No momento em que chega à sétima década de sua vida, aí nem se fala. A lembrança mais antiga que guardo dela é dos tempos da Cruzadinha, movimento de inspiração católica formado pela Diocese de Oeiras. À época, meados dos anos cinquenta, a cidade vivia praticamente em função da Santa Madre Igreja. Em seguida vêm os tempos de Rio, isso nos anos sessenta, em que ela se hospedava com a tia-afim, dona Morena Abreu, mãe do seu primo Pedro Tapety, tipo brincalhão que usava ‘óculos fundo-de-garrafa’. Saíamos muito para os barzinhos da moda, atrás de um chope gelado (...).
Com meu retorno em 1974, após doze anos de Cidade Maravilhosa, reencontramo-nos no Instituto Histórico de Oeiras, a ‘Casa do Brigadeiro Souza Martins’, idealizado por Dagoberto Carvalho Jr. , instituição que tem relevantes serviços prestados à cidade. Lá ficamos, eu na presidência ela na secretaria-geral, por cerca de dez anos. Levávamos com altivez a bandeira de Mafrense, como gosta Dagoberto, contando, evidentemente, com a ajuda de abnegados sócios como Possidônio Queiroz, Celina Martins, Zilda Rêgo, Hipólito Reis, Chico Rêgo, Vilma Freitas, Amália Campos, Carlos Rubem, Maria do Carmo, entre outros (,,,). Pois não é que a professora Rita Campos chega, lépida e fagueira, a uma idade que ninguém lhe dá, 70 anos! E, o que é melhor, vendendo saúde, bonita e participando de tudo que se faz de proveitoso em Oeiras no campo cultural. Vida longa, querida Ritinha!”
Voltando à triste realidade. Pois não é que a “indesejada das gentes” de que fala Bandeira em versos intitulados CONSOADA resolve levar a caríssima Rita Campos, sem aviso nenhum! Sabia, por informação dela própria, de seu problema de saúde. Mas, em nenhum momento me passou pela cabeça da gravidade. Até porque a medicina evoluiu de tal modo que os transplantes estão aí, salvando e prolongando vidas. As palavras, nesta hora, tornam-se, por vezes, sem sentido. Gostaria somente, antes de encerrar, de externar meu profundo pesar aos seus irmãos dona Amália, Mirista, Alice, Joel Filho e Antônio Campos e, porque não dizer, a toda família Campos.
(*) Ferrer Freitas é do Instituto Histórico de Oeiras